quarta-feira, 2 de julho de 2008

18e) BELGIAN DARK STRONG ALE


Aroma: complexo, com rica doçura maltada, significativos ésteres e álcool, e leve a moderada condimentação opcional. O malte é rico e forte e pode ter uma qualidade do tipo Munich, frequentemente com aroma tostado, de caramelo ou pão. Os ésteres frutados vão de fortes a moderadamente baixos e podem conter uva-passa, ameixa, cereja desidratada, figo ou ameixa-seca. Fenóis condimentados podem estar presentes, mas usualmente tem uma qualidade apimentada, e não de cravo. Os alcoóis são suaves, condimentados, perfumados e lembrando rosas, com intensidade baixa a moderada. Lúpulos não estão usualmente presentes (mas um leve aroma de lúpulo nobre é aceitável). Sem diacetil. Sem aroma de malte escuro/tostado. Sem aromas quentes ou solventes de álcool. Não se reconhecem adições de condimentos.
Aparência: coloração âmbar-escuro a marrom-acobreado escuro (‘escuro’ nesse contexto implica ‘mais escurecida que dourada’). Espuma enorme, densa, com textura de mousse, persistente, cremosa e de coloração bronze-claro. Vai de clara a algo turva.
Sabor: similar ao aroma (mesmo malte, éster, fenol, álcool, lúpulo e condimentos). Moderadamente maltada ou doce no paladar. O final varia dependendo da interpretação (autênticas versões trapistas vão de secas a moderadamente secas, as versões Abbey vão de médio-secas a doces). Baixo amargor para uma cerveja dessa força; o álcool fornece um pouco de balanço ao malte. Cervejas mais doces e mais encorpadas terão maior nível de amargor para balancear. Quase todas as versões são maltadas no balanço, embora algumas poucas sejam ligeiramente mais amargas. Sabores complexos e variados devem misturar-se suave e harmoniosamente.
Paladar: alta carbonatação sem ‘mordida’ de ácido carbônico. Suave, mas com perceptível aquecimento alcoólico. O corpo é variável dependendo da interpretação (autenticas versões trapistas o tem médio-leve a médio, enquanto as Abbey o tem bem encorpado e cremoso).
Impressão geral: uma Ale belga bem forte, escura, muito rica e complexa. Suave e perigosa.
História: a maioria das versões tem caráter único, refletindo características de cervejarias individuais.
Comentários: autênticas versões trapistas tendem a ser mais secas (os belgas diriam ‘mais digeríveis’) que as versões Abbey, que podem ser bem doces e encorpadas. Um amargor mais alto é permitido em cervejas do estilo Abbey com gravidade final (FG) mais alta. Cervejas do tipo Barley Wine (ex: Scaldis/Bush, La Trappe Quadrupel, Weyerbacher QUAD) e cervejas do tipo Spiced/Christmas (ex: N’ice Chouffe, Affligem Noel) devem ser incluídas na categoria 16E) Belgian Specialty Ale, não nessa categoria. Tradicionalmente condicionadas (‘refermentadas’) na garrafa.
Ingredientes: variedades belgas de levedo dadas à produção de alcoóis mais altos, ésteres, e algumas vezes fenólicos são comumente usadas. Água com baixo a alto teor de mineralização. Impressão de uma complexa malha de grãos, embora muitas versões tradicionais sejam bastante simples, com xarope de açúcar caramelizado ou açúcares não-refinados e levedo fornecendo muito da complexidade. Cervejeiros caseiros podem usar malte Pils belga ou malte claro básico, maltes do tipo Munich para maltagem e outros grãos de especialidade belgas para dar caráter. Xarope de açúcar caramelizado ou açúcares não-refinados deixam o corpo mais leve e adicionam cor e sabor (particularmente se açúcares escuros forem usados). Lúpulos nobres, ingleses ou Styrian Goldings são comumente usados. Condimentos não são geralmente usados; e, se forem, se mantêm sutis e em plano secundário. Evita-se o uso de maltes do tipo Crystal americanos e ingleses (que fornecem o tipo errado de doçura).
Estatísticas vitais:
IBUs: 20-35 SRM: 12-22 OG: 1.075-1.110 FG: 1.010-1.024 ABV: 8-11%
Exemplos comerciais: Westvleteren 12 (yellow cap), Rochefort 10 (blue cap), St. Bernardus Abt 12, Gouden Carolus Grand Cru of the Emperor, Achel Extra Brune, Rochefort 8 (green cap), Southampton Abbot 12, Chimay Grande Reserve (Blue), Brasserie des Rocs Grand Cru, Gulden Draak, Kasteelbier Bière du Chateau Donker, Lost Abbey Judgment Day, Russian River Salvation

Ilustra o espaço de hoje a Rocherfort Trappistes 8, exemplar encontrado em algumas lojas especializadas brasileiras e também em http://www.ratebeer.com/beer/rochefort-trappistes-8/5400/

E assim termina a família Belgian Strong Ale. Amanhã começa a família Strong Ale, com o subestilo Old Ale. Até lá!

Cheers!

Nenhum comentário: