segunda-feira, 30 de junho de 2008

18c) BELGIAN TRIPEL


Aroma: complexo com condimentação moderada a significativa, ésteres frutados moderados e leves aromas de álcool e lúpulo. Generosos fenóis condimentados, apimentados e por vezes lembrando cravo. Os ésteres são geralmente reminiscentes de frutas cítricas como laranjas, mas podem ocasionalmente ter leve caráter de banana. Baixo ainda que distinto caráter de lúpulo condimentado, floral e algumas vezes perfumado é usualmente encontrado. Alcoóis são suaves, condimentados e baixos em intensidade. Sem aromas quentes ou solventes de álcool. O caráter de malte é leve. Sem diacetil.
Aparência: coloração amarelo-escuro a dourado-escuro. Boa claridade. Efervescente. Espuma de longa duração, cremosa e irregular resulta na característica ‘formação belga de espuma’ no copo enquanto vai desaparecendo.
Sabor: casamento de sabores condimentados, frutados e alcoólicos auxiliados por um suave caráter de malte. Baixo a moderado teor de fenóis, que são de caráter apimentado. Ésteres reminiscentes de frutas cítricas como laranja ou às vezes limão. Baixo a moderado caráter condimentado de lúpulo é usualmente encontrado. Os alcoóis são suaves, condimentados, geralmente um pouco doces e baixos em intensidade. O amargor tipicamente vai de médio a alto, proveniente de uma combinação de amargor de lúpulo e fenólicos produzidos pelo levedo. Carbonatação e amargor substanciais conferem final seco com retrogosto moderadamente amargo. Sem diacetil.
Paladar: corpo médio-leve a médio, embora seja mais leve do que a gravidade substancial possa sugerir (graças ao açúcar a alta carbonatação). O alto teor alcoólico adiciona agradável cremosidade, mas pequena a intrínseca sensação de aquecimento. Sem caráter quente ou solvente de álcool. Sempre efervescente. Nunca adstringente.
Impressão geral: lembra fortemente uma Strong Golden Ale, mas é ligeiramente mais escura e um pouco mais encorpada. Usualmente tem um sabor mais redondo de malte, que não deve ser doce.
História: originalmente popularizada pelo monastério trapista em Westmalle.
Comentários: apesar do alto teor alcoólico, não tem forte gosto de álcool. Os melhores exemplos são aqueles mais furtivos, e não os óbvios. Altas carbonatação e atenuação ajudam a trazer à tona os muitos sabores e a aumentar a percepção de um final seco. A maioria das versões trapistas tem pelo menos 30 IBUs e são muito secas. Tradicionalmente condicionada (‘refermentada’) na garrafa.
Ingredientes: a coloração clara e o corpo relativamente leve para uma cerveja dessa força são resultado do uso de malte Pilsner e até 20% de açúcar branco. Lúpulos nobres ou Styrian Goldings são comumente usados. Variedades belgas de levedo são usadas – aquelas que produzem ésteres frutados, fenólicos condimentados e alcoóis mais altos – frequentemente auxiliados por temperaturas de fermentação ligeiramente mais aquecidas. Adição de condimentos não é tradicional, mas, se usados, não deve ser reconhecidos como tanto. Água com teor moderadamente baixo de sais minerais.
Estatísticas vitais:
IBUs: 20-40 SRM: 4.5-7 OG: 1.075-1.085 FG: 1.008-1.014 ABV: 7.5-9.5%
Exemplos comerciais: Westmalle Tripel, La Rulles Tripel, St. Bernardus Tripel, Chimay Cinq Cents (White), Watou Tripel, Val-Dieu Triple, Affligem Tripel, Grimbergen Tripel, La Trappe
Tripel, Witkap Pater Tripel, Corsendonk Abbey Pale Ale, St. Feuillien Tripel, Bink Tripel, Tripel Karmeliet, New Belgium Trippel, Unibroue La Fin du Monde, Dragonmead Final Absolution, Allagash Tripel Reserve, Victory Golden Monkey

Ilustra o espaço de hoje a Unibroue La Fin du Monde, belo exemplar encontrado em lojas especializadas brasileiras e também localizado em http://www.ratebeer.com/beer/unibroue-la-fin-du-monde/1094/

Continua amanhã a família Belgian Strong Ale com o subestilo Belgian Golden Strong Ale. Até lá!

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domingo, 29 de junho de 2008

18b) BELGIAN DUBBEL


Aroma: doçura maltada complexa e rica; o malte pode ter notas de chocolate, caramelo e/ou tostadas (mas nunca aromas assados ou queimados). Ésteres frutados moderados (usualmente incluindo uva-passa e ameixa, às vezes cerejas desidratadas). Os ésteres por vezes incluem banana ou maçã. Fenóis condimentados e alcoóis mais altos são comuns (podem incluir notas leves de cravo e condimento, apimentadas, lembrando rosas e/ou perfumadas). Qualidades condimentadas podem ser de moderadas a muito baixas. O álcool, se presente, é suave e nunca quente ou solvente. Um pequeno número de exemplares pode incluir baixo aroma de lúpulo nobre, mas lúpulos estão usualmente ausentes. Sem diacetil.
Aparência: coloração âmbar escuro a cobre, com atrativa profundidade avermelhada. Geralmente clara. Espuma grande, densa, cremosa e de longa duração.
Sabor: qualidades similares às do aroma. Média a média-cheia doçura rica, complexa e maltada no paladar, ainda que termine moderadamente seca. Malte complexo, ésteres, álcool e fenóis interagem (sabores de uva-passa são comuns; sabores de frutas secas são bem-vindos; condimentação lembrando cravo é opcional). O balanço é sempre em relação ao malte. Médio-baixo amargor que não persiste até o final. Baixo sabor de lúpulo nobre é opcional e nem sempre presente. Sem diacetil. Não deve ser tão maltada quanto uma Bock e não deve apresentar doçura de malte do tipo Crystal. Sem condimentos.
Paladar: corpo médio-cheio. Média-alta carbonatação, que pode influenciar na percepção do corpo. Baixo aquecimento alcoólico. Suave, nunca quente ou solvente.
Impressão geral: uma Belgian Ale vermelho-escura, moderadamente forte, maltada e complexa.
História: originada nos monastérios da Idade Média e foi revivida em meados do século XIX após a era napoleônica.
Comentários: a maioria dos exemplos comerciais está na faixa de 6,5-7% ABV. Tradicionalmente condicionadas na garrafa (‘refermentadas na garrafa’).
Ingredientes: variedades belgas de levedo adequadas à produção de alcoóis mais altos, ésteres e fenólicos são comumente usadas. A água pode ter baixo a alto teor de sais minerais. Impressão de complexa malha de grãos, embora versões tradicionais sejam tipicamente compostas de malte Pils belga com xarope de açúcar caramelizado ou outros açúcares não-refinados, fornecendo muito de seu caráter. Cervejeiros caseiros podem usar como base maltes Pils belga ou claro, maltes do tipo Munich para dar maltagem, Special B para sabor de uva-passa, CaraVienne ou CaraMunich para sabor de frutas secas e outros grãos de especialidade para dar personalidade. Xarope escuro de açúcar caramelizado ou açúcares para dor e sabores de rum/uva-passa. Lúpulos nobres, ingleses ou Styrian Golding são comumente usados. Condimentos não são tradicionalmente usados, embora seja permitido um uso restrito.
Estatísticas vitais:
IBUs: 15-25 SRM: 10-17 OG: 1.062-1.075 FG: 1.008-1.018 ABV: 6-7.6%
Exemplos comerciais: Westmalle Dubbel, St. Bernardus Pater 6, La Trappe Dubbel, Corsendonk Abbey Brown Ale, Grimbergen Double, Affligem Dubbel, Chimay Premiere (Red), Pater Lieven Bruin, Duinen Dubbel, St. Feuillien Brune, New Belgium Abbey Belgian Style Ale, Stoudts Abbey Double Ale, Russian River Benediction, Flying Fish Dubbel, Lost Abbey Lost and Found Abbey Ale, Allagash Double

Embeleza o espaço de hoje a Chimay Red, exemplar encontrado em lojas especializadas brasileiras e também localizado em http://www.ratebeer.com/beer/chimay-première/51/


Continua amanhã a família Belgian Strong Ale com o subestilo Belgian Triple.
Até lá!

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sábado, 28 de junho de 2008

18) BELGIAN STRONG ALE 18a) BELGIAN BLOND ALE


Aroma: leve de terra ou lúpulo condimentado, junto com levemente doce caráter de malte Pils. Mostra um caráter sutil de levedo que pode incluir fenóis condimentados, perfumados ou lembrando mel, levedo e ésteres frutados (comumente laranja ou limão). Leve doçura que pode apresentar ligeiro caráter de açúcar. Sutil ainda que complexo.
Aparência: coloração dourado claro a escuro. Geralmente bem clara. Espuma grande, densa e cremosa, de coloração branca a esbranquiçada. Boa retenção de espuma com formação belga.
Sabor: inicialmente leve a moderada doçura suave de malte Pils, mas com final médio-seco a seco, com um pouco de álcool suave se tornando evidente no retrogosto. Médios teores de lúpulo e amargor alcoólico para balancear. Leve sabor de lúpulo, que pode ser condimentado ou lembrando terra. Caráter bem suave de levedo (ésteres e alcoóis, que são por vezes perfumados ou lembrando laranja/limão). Fenóis levemente condimentados são opcionais. Apresenta algum açúcar ligeiramente caramelizado ou doçura lembrando mel no paladar.
Paladar: carbonatação média-alta a alta, pode dar uma sensação borbulhante consistente. Corpo médio. Leve a moderado aquecimento alcoólico, mas suave. Pode ser um tanto cremosa.
Impressão geral: uma Golden Ale de força moderada com sutil complexidade belga, ligeiro sabor doce e final seco.
História: relativamente recente desenvolvimento para um apelo aos bebedores europeus de Pils, se tornando mais popular à medida que é mais largamente comercializada e distribuída.
Comentários: força similar a de uma Dubbel, caráter similar ao de uma Belgian Strong Golden Ale ou Tripel, embora seja um tanto mais amargo e um pouco menos amarga. Frequentemente apresenta um caráter parecido ao de uma Lager, que lhe dá um perfil mais limpo em comparação ao de outros estilos. Os belgas usam o termo ‘Blond’, enquanto os franceses dizem ‘Blonde’. A maioria dos exemplos comerciais se enquadram na faixa de 6,5-7% de teor alcoólico. Muitas cervejas trapistas de mesa são chamadas ‘Blond’ mas não são representantes do estilo.
Ingredientes: malte Pils belga, maltes aromáticos, açúcar, variedades belgas de levedo que produzem alcoóis, fenóis e complexos ésteres perfumados, além de lúpulos nobres dos estilos Styrian Goldings ou East Kent Goldings. Tradicionalmente não há uso de condimentos, embora os ingredientes e os sub-produtos da fermentação possam dar a impressão de condimentação (geralmente reminiscentes de laranja ou limão).
Estatísticas vitais:
IBUs: 15-30 SRM: 4-7 OG: 1.062-1.075 FG: 1.008-1.018 ABV: 6-7.5%
Exemplos comerciais: Leffe Blond, Affligem Blond, La Trappe (Koningshoeven) Blond, Grimbergen Blond, Val-Dieu Blond, Straffe Hendrik Blonde, Brugse Zot, Pater Lieven Blond Abbey Ale, Troubadour Blond Ale

Ilustra o espaço de hoje a Leffe Blond, exemplar facilmente encontrado nos supermercados brasileiros e também localizado em http://www.ratebeer.com/beer/leffe-blond/2514/

Segue amanhã a família Belgian Strong Ale com o subestilo Belgian Dubbel. Até lá!
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sexta-feira, 27 de junho de 2008

17f) FRUIT LAMBIC


Aroma: a fruta que for adicionada a cerveja deve ditar o aroma dominante. Baixo a moderadamente caráter azedo/ácido se mistura com aromas descritos como de curral, terra, bode, feno, cavalo e pelego (o que a torna reconhecível como uma Lambic). O aroma de fruta comumente se mistura com outros aromas. Aromas de vísceras, defumado, de charuto ou queijo são desfavoráveis. Sem aroma de lúpulo nem diacetil.
Aparência: a variedade da fruta geralmente determina a cor embora frutas de coloração mais clara tenham pouco efeito na tonalidade da mesma. A intensidade da cor pode diminuir com a idade. A claridade é geralmente boa, embora algumas frutas não tenham um caimento brilhante. Uma espuma grossa, irregular e com textura de mousse, algumas vezes com restos de fruta, é geralmente de longe duração. Sempre efervescente.
Sabor: a fruta adicionada à cerveja deve ser evidente. Baixo a moderado caráter azedo e mais comumente (às vezes alto) ácido está presente. As clássicas características de curral podem ser de baixas a altas. Quando jovem, a cerveja irá exibir seu total sabor de fruta. A medida que envelhece, o sabor irá se tornar dominante às custas do caráter da fruta – e então as Lambic de fruta não são feitas para longas guardas. Baixa doçura complementar pode estar presente, mas níveis mais altos não são característicos. Suaves sabores de baunilha e/ou carvalho são ocasionalmente percebidos. É indesejável um caráter visceral, defumado ou lembrando charuto. O amargor de lúpulo está geralmente ausente. Sem sabor de lúpulo nem diacetil.
Paladar: corpo leve a médio-leve. Apesar da baixa gravidade final, os inúmeros sabores consistentes evitam com que a cerveja tenha gosto de água. Tem baixo a alto azedume e enruga a língua sem ser agudamente adstringente. Algumas versões têm ligeiro aquecimento. Altamente carbonatada.
Impressão geral: Ale baseada em trigo fermentada com uma variedade de microorganismos belgas, complexa, agradavelmente azeda/ácida, balanceada e pálida. Uma Lambic com fruta, não apenas uma ‘cerveja com sabor de fruta’.
História: Ales azedas de fermentação espontânea oriundas da região de Bruxelas e arredores do vale do rio Sena, derivam de uma tradição rural cervejeira de centenas de anos de idade. Está em constante retração e alguns cervejeiros vêm, fora da tradição, adoçando seus produtos (após a fermentação) com açúcar ou frutas doces para torná-las mais palatáveis ao público geral. Frutas eram adicionadas às Lambic ou Gueuze para aumentar a gama de cervejas disponíveis nos cafés locais.
Comentários: Lambics baseadas em fruta são frequentemente produzidas como as Gueuze misturando Lambics de um, dois e três anos de idade. A Lambic ‘jovem’ contém açúcares fermentáveis, enquanto a ‘velha’ tem as características ‘selvagens’ do vale do rio Sena. A fruta é comumente adicionada na metade do caminho durante o envelhecimento e as bactérias irão fermentar todos os seus açúcares. A fruta também pode ser adicionada à Unblended (pura) Lambic. Os estilos mais tradicionais de Lambic de fruta incluem a Kriek (cereja), Framboise (framboesa) e Druivemlambik (uvas moscatel). Qualquer Lambic excessivamente doce (ex: clones da Lindemans ou Belle Vue) deve ser incluída na categoria 16e Belgian Specialty. O IBU é aproximado, já que lúpulos envelhecidos são usados; os belgas usam lúpulo mais por suas propriedades anti-bacterianas que para dar amargor nas Lambic.
Ingredientes: trigo não-maltado (30-40%), malte Pilsner e lúpulos envelhecidos (surannes de 3 anos) são usados. Os lúpulos envelhecidos são mais para efeitos de preservação que para amargor e tornam o real nível de amargor difícil de ser estimado. Produtos tradicionais usam 10-30% de fruta (25%, se for cereja). As frutas tradicionalmente usadas incluem cerejas azedas, framboesas ou uva moscatel. Exemplos mais recentes incluem pêssegos, abricós ou uva merlot. Fruta azeda ou ácida é tradicionalmente usada já que seu propósito não é adoçar a cerveja, mas adicionar uma nova dimensão. Tradicionalmente essas cervejas são espontaneamente fermentadas com levedo de ocorrência natural e bactérias em barris predominantemente de carvalho. Versões caseiras e artesanais são mais tipicamente feitas com culturas puras de levedo, comumente incluindo Saccharomyces, Brettanomyces, Pediococcus e lactobacilos em uma tentativa de recriar os efeitos do microbiota dominante de Bruxelas e arredores campestres do vale do rio Sena. Culturas retiradas da garrafa são por vezes usadas mas não há um jeito simples de saber quais organismos ainda seguem viáveis.
Estatísticas vitais:
IBUs: 0-10 SRM: 3-7 (varia com a fruta) OG: 1.040-1.060 FG: 1.000-1.010 ABV: 5-7%
Exemplos comerciais: Boon Framboise Marriage Parfait, Boon Kriek Mariage Parfait, Boon Oude Kriek, Cantillon Fou’ Foune (abricó), Cantillon Kriek, Cantillon Lou Pepe Kriek, Cantillon Lou Pepe Framboise, Cantillon Rose de Gambrinus, Cantillon St. Lamvinus (uva merlot), Cantillon Vigneronne (uva moscatel), De Cam Oude Kriek, Drie Fonteinen Kriek, Girardin Kriek, Hanssens Oude Kriek, Oud Beersel Kriek, Mort Subite Kriek


Ilustra o espaço de hoje a Boon Oude Kriek, também encontrada em

http://www.ratebeer.com/beer/boon-oude-kriek/24371/


E assim termina a família Sour Ale. Tem início amanhã a série sobre as Belgian Strong Ale, com o subestilo Belgian Blond Ale. Até lá!

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quinta-feira, 26 de junho de 2008

17e) GUEUZE


Aroma: moderadamente azedo/ácido, se mistura com aromas descritos como de curral, terra, bode, feno, cavalo e pelego. Enquanto alguns possam ser dominantemente azedos/ácidos, o balanço é a chave, e denota uma Gueuze melhor. Comumente frutada, com aromas de frutas cítricas (geralmente grapefruit), maçãs ou outras frutas leves, ruibarbo ou mel. Um aroma bem suave de carvalho é considerado favorável. Aromas viscerais, defumados, de charuto ou queijo são desfavoráveis. Sem aroma de lúpulo nem diacetil.
Aparência: coloração dourada. Excelente claridade (a menos que a garrafa tenha sido sacudida). A espuma grossa, irregular, branca e com textura de mousse parece durar pra sempre. Sempre efervescente.
Sabor: caráter moderadamente azedo/ácido está classicamente em balanço com as características de malte, trigo e curral. Uma leve doçura complementar pode estar presente, mas níveis mais altos não são característicos. Enquanto algumas possam ser dominantemente azedas, o balanço é essencial e denota uma Gueuze melhor. Um sabor variado de fruta é comum e pode ter caráter de mel. Um suave sabor de baunilha e/ou carvalho é ocasionalmente perceptível. Um caráter visceral, defumado ou lembrando charuto é indesejável. O amargor de lúpulo é geralmente ausente mas uma presença bem baixa pode ser detectada ocasionalmente. Sem sabor de lúpulo nem diacetil.
Paladar: corpo leve a médio-leve. Apesar da baixa gravidade final, os muitos e consistentes sabores evitam que a cerveja fique com gosto de água. Possui baixo a alto azedume e enruga a língua sem ser demasiado adstringente. Algumas versões possuem leve caráter de aquecimento. Altamente carbonatada.
Impressão geral: Ale baseada em trigo fermentada com uma variedade de microorganismos belgas, complexa, agradavelmente azeda/ácida, balanceada e pálida.
História: Ales azedas de fermentação espontânea provenientes da região de Bruxelas e arredores (do vale do Sena), que derivam de tradições cervejeiras rurais com centenas de anos de idade. É um estilo em constante retração e alguns produtores estão, fora da tradição, adocicando (após a fermentação) seus produtos para torna-los mais palatáveis para o público em geral.
Comentários: a Gueuze é tradicionalmente produzida através da mistura de Lambics de um, dois e três anos. A Lambic ‘jovem’ contém açúcares fermentáveis enquanto a ‘velha’ o característico sabor ‘selvagem’ do vale do rio Sena. Uma boa Gueuze não é a mais pungente, mas possui um bouquet encorpado e provocante, aroma agudo e sabor suave e aveludado. A Lambic é servida sem carbonatação, enquanto a Gueuze é servida efervescente. O IBU é aproximado já que lúpulos envelhecidos são usados; os belgas usam lúpulo mais por suas propriedades anti-bacterianas que para dar amargor nas Lambic. Produtos com a inscrição ‘oude’ ou ‘ville’ são considerados mais tradicionais.
Ingredientes: trigo não-maltado (30-40%), malte Pilsner e lúpulos envelhecidos (surannes de 3 anos) são usados. Os lúpulos envelhecidos são usados mais para efeitos de preservação que para dar amargor, e torna os verdadeiros níveis de amargor difíceis de serem estimados. Tradicionalmente essas cervejas são espontaneamente fermentadas com levedo de ocorrência natural e bactérias em barris predominantemente de carvalho. Versões caseiras ou artesanais são mais tipicamente feitas com culturas puras de levedo comumente incluindo Saccharomyces, Brettanomyces, Pediococcus e lactobacilos em uma tentativa de recriar os efeitos do microbiota dominante de Bruxelas e os arredores campestres do vale do rio Sena. Culturas retiradas de garrafas são por vezes usadas, mas não há um jeito simples de saber quais organismos continuam viáveis.
Estatísticas vitais:
IBUs: 0-10 SRM: 3-7 OG: 1.040-1.060 FG: 1.000-1.006 ABV: 5-8%
Exemplos comerciais: Boon Oude Gueuze, Boon Oude Gueuze Mariage Parfait, De Cam Gueuze, De Cam/Drei Fonteinen Millennium Gueuze, Drie Fonteinen Oud Gueuze, Cantillon Gueuze, Hanssens Oude Gueuze, Lindemans Gueuze Cuvée René, Girardin Gueuze (Black Label), Mort Subite (não filtrada) Gueuze, Oud Beersel Oude Gueuze




Ilustra a foto de hoje a Mort Subite Gueuze, exemplar também encontrado em






Termina amanhã a família Sour Ale com o subestilo Fruit Lambic. Até lá!

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quarta-feira, 25 de junho de 2008

17d) STRAIGHT (UNBLENDED) LAMBIC


Aroma: um aroma decididamente azedo/ácido é geralmente dominante nos exemplos mais jovens, mas pode ser mais subjugado com a idade à medida que se mistura com aromas descritos como de curral, terra, bode, feno, cavalo e pelego (o cobertor que vai embaixo da sela). Um aroma suave de carvalho e/ou cítrico é considerado favorável. Aromas viscerais, lembrando fumaça, charuto ou queijo são desfavoráveis. Versões mais velhas são comumente frutadas com aromas de maçãs ou até mesmo mel. Sem aroma de lúpulo nem diacetil.
Aparência: coloração amarelo pálido a dourado escuro. Tende a escurecer com os anos. A claridade vai de turva a boa. Versões mais jovens são geralmente turvas, enquanto as mais velhas são geralmente mais clara. A retenção de espuma geralmente é pobre. A cor da espuma é branca.
Sabor: exemplos mais jovens são geralmente azedas e/ou láticas, mas o envelhecimento pode ajudar esse caráter a entrar em balanço com as características de malte, trigo e curral. Sabores frutados são mais simples em Lambics jovens e mais complexos nos exemplos mais velhos, onde os mesmos são reminiscentes de maçãs ou outras frutas leves, ruibarbo ou mel. Ocasionalmente, é perceptível algum sabor de carvalho ou cítrico (geralmente grapefruit). Caráter visceral, defumado ou lembrando charuto é indesejável. O amargor de lúpulo vai de baixo a nenhum. Sem sabor de lúpulo nem de diacetil.
Paladar: corpo leve a médio-leve. Apesar da baixa gravidade final, os muitos sabores que preenchem a boca evitam que a cerveja tenha gosto de água. Como regra geral a Lambic fica mais seca com o tempo, o que torna a ‘secura’ um razoável indicador de idade. Possui médio a alto azedume, enruga a língua sem ser demasiado adstringente. Virtualmente a completamente não carbonatada.
Impressão geral: Ale baseada em trigo, complexa, azeda/ácida, pálida, fermentada com uma variedade de microorganismos belgas.
História: Ales azedas de fermentação espontânea vindas da região de Bruxelas e arredores (do vale do Sena) derivam de uma tradição cervejeira rural com centenas de séculos de idade. O estilo vem constantemente diminuindo.
Comentários: Lambics puras são cervejas de uma ‘fornada’ só, não misturadas. Esse última característica geralmente faz dela um verdadeiro produto ‘prata da casa’ da cervejaria e será mais variável que uma Gueuze. São geralmente servidas jovens (6 meses) e direto do barril como cervejas baratas e fáceis de bebe sem qualquer carbonatação consistente. Versões mais jovens tendem a ser unidimensionalmente azedas, já que um complexo caráter Brett geralmente demora de um ano pra mais pra se desenvolver. Um caráter visceral geralmente indica que a Lambic ainda está muito jovem. Um caráter perceptível de vinagre ou cidra é considerado como falta pelos cervejeiros belgas. Já que o levedo selvagem e bactérias irão fermentar TODOS os açúcares, devem ser engarrafadas apenas quando estiverem completamente fermentadas. A Lambic é servida sem carbonatação, enquanto a Gueuze é servida efervescente. O IBU é aproximado, já que lúpulos envelhecidos são usados; os belgas usam lúpulo mais por suas propriedades anti-bacterianas que para dar amargor nas Lambic.
Ingredientes: trigo não-maltado (30-40%), malte Pilsner e lúpulos envelhecidos (surannes de 3 anos) são usados. Os lúpulos envelhecidos são usados mais para efeitos de preservação que para amargor, o que torna os verdadeiros níveis de amargor difíceis de serem estimados. Tradicionalmente essas cervejas são espontaneamente fermentadas com levedo de ocorrência natural e bactérias em barris geralmente de carvalho. Versões caseiras e artesanais são tipicamente feitas com culturas puras de levedo comumente incluindo Saccharomyces, Brettanomyces, Pediococcus e lactobacilos em uma tentativa de recriar os efeitos do microbiota dominante em Bruxelas e arredores rurais do vale do rio Sena. Culturas retiradas das garrafas são geralmente usadas, mas não há um modo simples de saber quais organismos ainda são viáveis.
Estatísticas vitais:
IBUs: 0-10 SRM: 3-7 OG: 1.040-1.054 FG: 1.001-1.010 ABV: 5-6.5%
Exemplos comerciais: a única versão engarrafada prontamente disponível é a Cantillon Grand Cru Bruocsella de qualquer safra em particular que o cervejeiro considere digna de ser engarrafada. A cervejaria De Cam às vezes envasa sua velha Lambic de 5 anos. Em Bruxelas e arredores existem cafés especializados que vendem Lambic em barris produzidas por cervejeiros tradicionais como Boon, De Cam, Cantillon, Drie Fonteinen, Lindemans, Timmermans e Girardin.

Embeleza o espaço de hoje a Cantillon Bruocsella 1900 Grand Cru, também localizado em
Continua amanhã a família Sour Ale com o subestilo Gueuze. Até lá!
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Crédito: Thiago Olis de Mello Machado, por sua ajuda com o vocabulário

terça-feira, 24 de junho de 2008

17c) FLANDERS BROWN ALE/OUD BRUIN


Aroma: complexa combinação de ésteres frutados e rico caráter de malte. Ésteres comumente reminiscentes de ameixa-seca, ameixa, figo, tâmara, cerejas negras ou uva-passa. Um caráter de malte lembrando caramelo, toffee, laranja, melado ou chocolate também é comum. Fenóis condimentos podem estar presentes em pequenos volumes para complexidade. Um caráter à la sherry pode estar presente e geralmente denota um exemplo envelhecido. Ligeiro aroma azedo pode estar presente e pode aumentar modestamente com a idade, mas não deve tornar-se um perceptível caráter acético de vinagre. Ausência de aroma de lúpulo. O diacetil é perceptível em quantidades muito pequenas, e, se for, como um aroma complementar.
Aparência: coloração marrom-avermelhado escuro a marrom. Boa claridade. Média a boa retenção de espuma, que deve ter coloração marfim a bronze claro.
Sabor: maltado com complexidade frutada e alguma caramelização. A frutagem comumente inclui frutas escuras como ameixa-seca, ameixa, figo, tâmara, cerejas negras ou uva-passa. Um caráter de malte lembrando caramelo, toffee, laranja, melado ou chocolate também é comum. Fenóis condimentados podem estar presentes em pequenas quantidades para complexidade. Um ligeiro azedume geralmente se torna mais pronunciado em exemplos bem envelhecidos, junto com algum caráter de sherry, produzido um perfil ‘doce-e-azedo’. O azedume não deve crescer até um caráter acético de vinagre muito destacado. Não há sabor de lúpulo. Restrito amargor de lúpulo. Baixa oxidação é apropriada como ponto de complexidade. O diacetil é perceptível apenas em quantidades muito baixas, e se for, apenas como um sabor complementar.
Paladar: corpo médio a médio-cheio. Baixa a moderada carbonatação. Sem adstringência com final doce e azedo.
Impressão geral: uma Ale marrom de estilo belga, maltada, frutada, envelhecida e algo azeda.
História: uma tradição de ‘Old Ale’, nativa de Flanders oeste, tipificada pelos produtos da cervejaria Liefman (que agora pertence a Riva), cujas raízes remetem a antes dos anos 1600. Historicamente envasada como uma ‘cerveja de provisão’ que iria desenvolver algum azedume enquanto envelhecesse. Essas cervejas eram tipicamente mais azedas que seus exemplos comerciais correntes. Enquanto as Flanders Red Beer eram envelhecidas em carvalho, as Brown sofrem envelhecimento aquecido em aço inoxidável.
Comentários: longo envelhecimento e mistura de cerveja jovem e envelhecida pode acontecer, adicionando suavidade e complexidade e balanceando qualquer caráter amargo e doce. Um caráter mais profundo de malte distingue essas cervejas das Flanders Red Ale. O estilo foi feito para ser armazenado, então exemplos com caráter moderadamente envelhecido são considerados superiores aos exemplos mais jovens. Como nas Lambic de fruta, a Oud Bruin pode ser usada como base para cervejas com sabor de fruta, como a Kriek (cerejas) ou a Frambozen (framboesas), embora essas devam ser incluídas no clássico estilo de cervejas de fruta. A Oud Bruin é menos acética e mais maltada que uma Flanders Red, e os sabores frutados são mais orientados em relação ao malte.
Ingredientes: uma base de malte Pils com volumes prudentes de maltes escuros Cara e uma minúscula porção de malte escuro ou tostado. Frequentemente inclui milho. Baixo volume dos ácidos lúpulos Continental Low Alpha é típico (evita-se a variedade High Alpha ou lúpulos americanos particulares). Saccharomyces e lactobacilos (e acetobacter) contribuem para fermentação e eventual sabor. Os lactobacilos reagem mal aos elevados níveis de álcool. Uma polpa azeda ou malte acidulado também pode ser usada para desenvolver o caráter azedo sem introduzir lactobacilos. Água rica em carbonato é tipicamente de sua terra natal e irá aliviar a acidez de maltes mais escuros e o azedume lático. O magnésio presente na água acentua o azedume.
Estatísticas vitais:
IBUs: 20-25 SRM: 15-22 OG: 1.040-1.074 FG: 1.008-1.012 ABV: 4-8%
Exemplos comerciais: Liefman’s Goudenband, Liefman’s Odnar, Liefman’s Oud Bruin, Ichtegem Old Brown, Riva Vondel

Povoa o espaço de hoje a Liefman's Oud Bruin, exemplar também localizado em



Continua amanhã a família Sour Ale com o subestilos Straight (Unblended) Lambic. Até lá!

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segunda-feira, 23 de junho de 2008

17b) FLANDERS RED ALE


Aroma: complexa frutagem com malte complementar. Altamente frutada, com reminiscência de cerejas negras, laranja, ameixa ou corinto vermelho. Geralmente há algumas notas de baunilha e/ou chocolate. Fenóis condimentados podem estar presentes em pequenos volumes para dar complexidade. O aroma azedo e ácido varia de complementar a intenso. Sem aroma de lúpulo. Diacetil é perceptível apenas em quantidades mínimas, isso se for, como um aroma complementar.
Aparência: vermelho escuro, burgundi a marrom-avermelhado em cor. Boa claridade. Espuma branca a bronze bem pálido. Média a boa retenção de espuma.
Sabor: frutagem intensa comumente inclui ameixa, laranja, cereja negra ou corinto vermelho. Suave caráter de baunilha e/ou chocolate está geralmente presente. Fenóis condimentados podem estar presentes em pequenos volumes para dar complexidade. Caráter azedo e ácido varia de complementar a intenso. Sabores maltados variam de complementares a destacados. Geralmente na medida em que o caráter azedo aumenta, o caráter doce se mistura mais como um tipo de sabor secundário (e vice-versa). Sem sabor de lúpulo. Restrito amargor de lúpulo. Amargor acido e com taninos geralmente está presente em baixa a moderada quantidade e adiciona um caráter de vinho tinto envelhecido com final longo e seco. O diacetil é percebido apenas em quantidades muito pequenas e, se for, como um sabor complementar.
Paladar: corpo médio. Carbonatação baixa a média. Baixa a média adstringência, como um vinho tinto bem envelhecido, geralmente com acidez que enruga a língua. Enganadoramente leve e fresca no paladar, embora um final algo doce não seja incomum.
Impressão geral: uma Ale de estilo belga, complexa, azeda e à la vinho tinto.
História: a cerveja nativa de Flanders do oeste, tipificada pelos produtos da cervejaria Rodenbach, estabelecida em 1820 naquela região, mas refletiva de suas antigas tradições cervejeiras. A cerveja é envelhecida por até dois anos, geralmente em enormes barris de carvalho que contém a bactéria residente necessária para azedar a cerveja. Era comum na Bélgica e Inglaterra misturar cerveja velha com nova para balancear azedume e acidez encontrados em cerveja envelhecida. Apesar da mistura de lotes ser comum nos dias de hoje entre cervejarias de maior porte, esse tipo de mistura é uma arte em extinção.
Comentários: longo envelhecimento e mistura de cervejas jovens e bem envelhecidas geralmente ocorre, somando-se a suavidade e complexidade, embora o produto envelhecido seja por vezes lançado como uma cerveja de especialistas. Conhecida como a Burgundi da Bélgica, tem maior semelhança com vinho que qualquer outro estilo de cerveja. A coloração avermelhada é um produto do malte, embora uma porção prolongada da fervura possa ajudar a adicionar uma atraente tonalidade burgundi. O envelhecimento também irá escurecer a cerveja. A Flanders vermelha é mais acética e seus sabores frutados são mais remanescentes de um vinho tinto que em uma Oud Bruin. Pode ter uma atenuação aparente de até 98%.
Ingredientes: uma base de maltes Vienna e/ou Munich, baixo a médio teor de maltes Cara, e uma pequena quantidade de Special B são usados com até 20% de milho. Um pouco de lúpulo Continental alpha ácido é comumente usado (evita-se o uso de lúpulos americanos distintos ou High Alpha). Saccharomyces, lactobacilos e Brettanomyces (e acetobacter) contribuem para a fermentação e eventual sabor.
Estatísticas vitais:
IBUs: 10-25 SRM: 10-16 OG: 1.048-1.057 FG: 1.002-1.012 ABV: 4.6-5.2%
Exemplos comerciais: Rodenbach Klassiek, Rodenbach Grand Cru, Bellegems Bruin, Duchesse de Bourgogne, New Belgium La Folie, Petrus Oud Bruin, Southampton Flanders Red Ale, Verhaege Vichtenaar, Monk’s Cafe Flanders Red Ale, New Glarus Enigma, Panil Barriquée, Mestreechs Aajt


Ilustra o espaço de hoje a Rodenbach Classic, exemplar também encontrado em



Tem prosseguimento amanhã a família Sour Ale com o subestilo Flanders Brown Ale/Oud Bruin. Até lá!


Cheers!

domingo, 22 de junho de 2008

17a) BERLINER WEISSE


Aroma: caráter agudo e algo ácido é dominante. Pode ter um caráter que chegue até moderadamente frutado. A frutagem pode aumentar com a idade e um caráter floral pode desenvolve-se. Um suave aroma de Brettanomyces pode estar presente. Sem aroma de lúpulo, diacetil nem DMS.
Aparência: coloração palha bem clara. Claridade varia de clara a algo turva. Espuma grande, densa e branca, com pouca retenção devido a alta acidez e ao baixo teor de proteína e lúpulo. Sempre efervescente.
Sabor: predomina uma limpa acidez lática que pode ser bem forte, embora não tão ácida como uma Lambic. Algum sabor complementar de pão ou grão de trigo é geralmente perceptível. O amargor de lúpulo é bem baixo. Um suave caráter de Brettanomyces pode ser detectado, bem como uma frutagem restrita (ambos opcionais). Sem sabor de lúpulo, diacetil nem DMS.
Paladar: corpo leve. Final bem seco. Carbonatação muito alta. Sem sensação de álcool.
Impressão geral: uma Ale de trigo bem pálida, azeda, refrescante e de baixo teor alcoólico.
História: uma especialidade regional de Berlim; chamada pelas tropas de Napoleão em 1809 como o ‘Champagne do Norte’ devido ao seu caráter espumante e elegante. Apenas duas cervejarias tradicionais ainda a produzem.
Comentários: na Alemanha, é classificada como uma Schankbier denotando uma pequena cerveja com gravidade inicial na escala 7-8ºP. geralmente servida com a adição de uma dose de xaropes de açúcar (‘mit schuss’), condimentadas com framboesa (‘himbeer’) ou aspérula-odorífera (‘waldmeister’) ou até misturada a uma Pils para contrapor o azedume substancial. É descrita por alguns como a cerveja mais puramente refrescante do mundo.
Ingredientes: o conteúdo de malte de trigo tipicamente constitui 50% da malha de grãos (como em todas as cervejas alemãs de trigo) com o restante sendo de malte Pilsner. Uma fermentação simbiótica com levedo de alta fermentação e Lactobacillus delbruckii confere um azedume agudo, que pode ser incrementado pela mistura de cervejas de diferentes idades durante a fermentação e por um envelhecimento resfriado estendido. O amargor de lúpulo é extremamente baixo. Uma única malha de decocção com lupulagem da polpa é tradicional.
Estatísticas vitais:
IBUs: 3-8 SRM: 2-3 OG: 1.028-1.032 FG: 1.003-1.006 ABV: 2.8-3.8%
Exemplos comerciais: Schultheiss Berliner Weisse, Berliner Kindl Weisse, Nodding Head Berliner Weisse, Weihenstephan 1809 (pouco usual com seus 5% ABV), Bahnhof Berliner Style Weisse, Southampton Berliner Weisse, Bethlehem Berliner Weisse, Three Floyds Deesko


Ocupa o espaço de hoje a Bayerischer Bahnhof Berliner Style Weisse, também encontrada em


Continua amanhã a família Sour Ale com o subestilo Flanders Red Ale. Até lá!

Cheers!

sábado, 21 de junho de 2008

16e) BELGIAN SPECIALTY ALE


Aroma: variável. Grande parte exibe volumes variáveis de ésteres frutados, fenóis condimentados e/ou levedos aromatizantes. Aromas vindos de adições verdadeiras de condimentos podem estar presentes. O aroma de lúpulo pode ir de nenhum a alto, e pode incluir caráter seco-lupulado. Aroma de malte pode ser baixo a alto e pode incluir caráter de grãos que não a cevada, como trigo ou centeio. Alguns exemplares podem incluir aromas de microorganismos belgas, mais comumente Brettanomyces e/ou Lactobacilos. Sem diacetil.
Aparência: variável. A cor varia consideravelmente de dourado claro a muito escura. Claridade vai de turva a clara. Retenção de espuma usualmente boa. Geralmente a carbonatação vai de moderada a alta.
Sabor: variável. Uma grande variedade de sabores é encontrada nessas cervejas. A maltagem pode ir de leve a bem rica. Sabor e amargor de lúpulo podem ir de baixos a altos. Sabores condimentados podem ser agregados pelo levedo (fenólico) e/ou verdadeiras adições de condimentos. Pode incluir características de grãos como trigo ou centeio. Pode incluir sabores produzidos por microorganismos belgas, como Brettanomyces ou lactobacilos. Pode incluir sabores de adjuntos como xarope de açúcar caramelizado ou mel.
Paladar: variável. Algumas são bem atenuadas, e então com corpo moderadamente leve para sua gravidade original, enquanto outras são espessas e ricas. A maioria é moderadamente a altamente carbonatada. Uma sensação de aquecimento do álcool pode estar presente em exemplos mais fortes. Uma sensação ‘enrugadora’ na boca pode estar presente devido à acidez.
Impressão geral: variável. Essa categoria engloba uma ampla gama de Ales belgas produzidas por cervejeiros verdadeiramente artesanais, mais preocupados com a criação de produtos únicos que com aumentar as vendas.
História: cervejas únicas de pequenas cervejarias independentes belgas que eventualmente adquiriram popularidade local, mas estão longe de ser conhecidas foram de suas próprias regiões. Muitas alcançaram status de ‘cult’ nos EUA (e em outras partes do mundo) e agora destinam uma porção significativa de suas vendas para a exportação.
Comentários: essa é uma categoria que engloba qualquer estilo belga de cerveja que não se enquadre em qualquer outra categoria de estilo belga. A categoria pode ser usada para clones de cervejas específicas (ex: Orval, La Chouffe); para produzir uma cerveja que se enquadre em um estilo mais amplo que não possui uma categoria própria; ou para criar uma cerveja artesanal ou experimental de escolha própria do cervejeiro (ex: algo único como uma Strong Belgian Golden Ale com condimentos). A criatividade é o único limite na cervejaria, mas os criadores precisam identificar o que há de especial em suas criações. Essa categoria pode ser usada como uma ‘incubadora’ para estilos reconhecidos que não possuam uma categoria formal no BJCP. Alguns estilos que entram nessa classificação incluem:
- a cerveja de mesa Blond Trappist
- Blond artesanal
- Amber artesanal
- Brown artesanal
- Barley Wines de estilo belga
- Quadrupels trapistas
- Christmas Beers belgas condimentadas
- Stout belga
- IPA belga
- Strong e/ou Dark Saison
- Flanders vermelha ou marrom baseada em frutas
Ingredientes: pode incluir ervas e/ou condimentos. Pode incluir grãos e maltes pouco usuais, embora o caráter de grãos deva ser aparente como um ingrediente-chave. Pode incluir adjuntos como xarope de açúcar caramelizado e mel. Pode incluir microorganismos belgas como Brettanomyces e lactobacilos. Técnicas não usuais, como misturas, podem ser usadas primariamente para chegar a um resultado particular.
Estatísticas vitais:
IBUs: variável SRM: variável OG: variável FG: variável ABV: variável
Exemplos comerciais: Orval; De Dolle’s Arabier, Oerbier, Boskeun and Stille Nacht; La Chouffe, McChouffe, Chouffe Bok and N’ice Chouffe; Ellezelloise Hercule Stout and Quintine Amber; Unibroue Ephemere, Maudite, Don de Dieu, etc.; Minty; Zatte Bie; Caracole Amber, Saxo and Nostradamus; Silenrieu Sara and Joseph; Fantôme Black Ghost and Speciale Noël; Dupont Moinette, Moinette Brune, and Avec Les Bons Voeux de la Brasserie Dupont; St. Fullien Noël; Gouden Carolus Noël; Affligem Nöel; Guldenburg and Pere Noël; De Ranke XX Bitter and Guldenberg; Poperings Hommelbier; Bush (Scaldis); Moinette Brune; Grottenbier; La Trappe Quadrupel; Weyerbacher QUAD; Bière de Miel; Verboden Vrucht; New Belgium 1554 Black Ale; Cantillon Iris; Russian River Temptation; Lost Abbey Cuvee de Tomme and Devotion, Lindemans Kriek and Framboise, e muitas outras

Ilustra o espaço de hoje a Orval, exemplar também encontrado em

http://www.ratebeer.com/beer/orval/835/

E assim termina a família Belgian e French Ale. Tem início amanhã a família Sour Ale, com o subestilo Berliner Weisse. Até lá!

Cheers!

sexta-feira, 20 de junho de 2008

16d) BIÈRE DE GARDE


Aroma: destacada doçura maltada, geralmente com complexo e leve a moderado caráter tostado. Alguma caramelização é aceitável. Poucos a moderados ésteres. Baixo a nenhum aroma de lúpulo (pode ser um pouco condimento ou herbal). Versões comerciais frequentemente terão um caráter mofado, amadeirado e lembrando adega, difíceis de obter com cervejas domésticas. Versões mais claras ainda serão maltadas, mas terão falta de aromatização mais rica e profunda e podem ter um pouco mais de lúpulo. Sem diacetil.
Aparência: três variações principais podem existir (loira, âmbar e marrom), então a coloração varia de loiro dourado a bronze-avermelhado a marrom-castanho. Boa a pobre claridade, embora turbidez não seja inesperada nesse tipo de cerveja tipicamente não-filtrada. Espuma bem formada, geralmente branca a esbranquiçada (varia com a cor da cerveja), suportada por alta carbonatação.
Sabor: médio a alto sabor de malte, frequentemente com doçura tostada, lembrando toffee ou caramelo. Sabor e complexidade de malte tendem a aumentar ao passo que a cerveja se torna mais escura. Baixo a moderado nível de ésteres e sabores alcoólicos. Médio-baixo amargor de lúpulo fornece algum suporte, mas o balanço sempre pende em relação ao malte. O sabor de malte dura até o final, que deve ser de médio-seco a seco, nunca inebriante. O álcool pode trazer alguma secura adicional ao final. Baixo a nenhum sabor de lúpulo, embora versões mais pálidas possam ter níveis ligeiramente mais altos de sabor herbal ou condimentado de lúpulo (que também pode vir do levedo). Caráter suave, bem lagerizado. Sem diacetil.
Paladar: corpo médio a médio-leve (ralo), frequentemente com caráter suave e sedoso. Moderada a alta carbonatação. Moderato teor alcoólico, que deve ser bem suave e nunca quente.
Impressão geral: uma cerveja artesanal de fazenda, moderadamente forte, lagerizada e com malte acentuado.
História: seu nome significa literalmente ‘cerveja que foi armazenada ou lagerizada’. Uma tradicional Ale artesanal de fazenda do norte da França envasada no começo da primavera e mantida em adegas resfriadas para serem consumidas em climas mais quentes. Não é produzida o ano inteiro. Ligada ao estilo belga Saison, a principal diferença é que a Biére de Garde é mais rica, doce e balanceada, mais focada no malte, geralmente tem um ‘caráter de adega’ e não apresenta a condimentação e o azedume de uma Saison.
Comentários: três variações principais são incluídas no estilo: a marrom (brune), a loira (blonde) e a âmbar (ambrée). As versões mais escuras terão mais caráter de malte, enquanto as mais claras podem ter mais lúpulo (mas ainda serão cervejas focadas em malte). Um estilo relacionado é a Bière de Mars, que é envasada em Março (Mars) para consumo rápido e não envelhece tão bem. Os índices de atenuação estão na escala de 80-85%. Existem exemplares mais encorpados, que são bem mais raros.
Ingredientes: o ‘caráter de adega’ observado nos exemplos comerciais é improvável de ser duplicado pelas cervejarias caseiras já que procede de moldes e levedos nativos. Versões comerciais geralmente terão caráter ‘de rolha’, seco e adstringente que é frequentemente identificado erroneamente como de adega. Versões caseiras portanto são mais claras. Os maltes base variam pela cor da cerveja, mas usualmente incluem os tipos claro, Vienna e Munich. A caramelização do recipiente metálico tende a ser usada mais que os maltes Crystal, quando presente. Versões mais escuras terão complexidade e doçura de malte mais ricas vindas dos maltes do tipo Crystal. Açúcar pode ser usado para dar sabor e ajudar a compor o final seco. Levedo de Lager ou Ale fermentado em temperaturas frias de Ale, seguida por longo condicionamento resfriado (4-6 semanas para operações comerciais). Água com baixo teor de mineralização. Lúpulos continentais florais, herbais ou condimentados.
Estatísticas vitais:
IBUs: 18-28 SRM: 6-19 OG: 1.060-1.080 FG: 1.008-1.016 ABV: 6-8.5%
Exemplos comerciais: Jenlain (amber), Jenlain Bière de Printemps (blond), St. Amand (brown), Ch’Ti Brun (brown), Ch’Ti Blond (blond), La Choulette (todas as 3 versões), La Choulette Bière des Sans Culottes (blond), Saint Sylvestre 3 Monts (blond), Biere Nouvelle brown), Castelain (blond), Jade (amber), Brasseurs Bière de Garde (amber), Southampton Bière de Garde (amber), Lost Abbey Avante Garde (blond)

Ocupa o espaço de hoje a Jenlain Ambrée, exemplar encontrado em algumas lojas especializadas brasileiras e também em http://www.ratebeer.com/beer/jenlain-ambrée/4677/


Termina amanhã a família Belgian e French Ale com o subestilos Belgian Specialty Ale. Até lá!

Cheers!

quinta-feira, 19 de junho de 2008

16c) SAISON


Aroma: alta frutagem com baixo a moderado aroma de lúpulo e moderado a nenhum teor de ervas, condimentos a álcool. Ésteres frutados dominam o aroma e são geralmente remanescentes de frutas cítricas como laranja ou limão. Um baixo a médio-alto aroma condimentado ou floral de lúpulo está usualmente presente. Um moderado aroma de condimentos (vindo da adição de condimentos e/ou fenóis derivados do levedo) complementa os outros aromatizantes. Quando fenóis estão presentes tendem a ser mais apimentado em vez de lembrarem cravo. Baixo a moderado azedume ou acidez podem estar presentes, mas não devem sobrepor-se às outras características. Condimentos, lúpulo e aromatizantes azedos tipicamente aumentam junto com a força da cerveja. Os alcoóis são suaves, condimentos e poucos em intensidade e não devem ser quentes ou solventes. O caráter de malte é leve. Sem diacetil.
Aparência: geralmente apresenta uma distinta coloração laranja-claro, mas pode ser dourado ou âmbar. Não há correlação entre força e cor. Espuma de longa duração, densa, cremosa e de coloração branca a marfim resulta na característica ‘Belgian Lace’ (ou formação belga de espuma, numa tradução livre) no copo, enquanto a espuma desaparece. A claridade vai de pobre a boa embora turbidez não seja inesperada nesse tipo de cerveja não-filtrada de fazenda. Efervescente.
Sabor: combinação de sabores frutados e condimentados auxiliados por suave caráter de malte, baixa a moderada presença de álcool e azedume ácido. Atenuação extremamente alta produz um característico final seco. A frutagem é frequentemente cítrica (lembrando laranja ou limão). A adição de um ou mais condimentos serve para dar complexidade, mas não deve ser dominante no balanço. Baixa presença de fenóis apimentados derivados do levedo pode estar presente em vez/ou em adição a inserções de condimentos; fenóis tendem a ser mais restritos que em muitas outras cervejas belgas e complementam o amargor. O sabor de lúpulo vai de baixo a moderado e é geralmente condimentado ou lembrando terra. O amargor de lúpulo pode ir de moderado a alto, mas não deve sobrepor-se aos ésteres frutados, condimentos e malte. O caráter de malte é leve, mas fornece um segundo plano suficiente aos outros sabores. Baixo a moderado azedume ácido pode estar presente, mas não deve sobrepor-se aos outros aromas. Condimentos, amargor e sabor do lúpulo, e azedume comumente aumentam juntamente com a força (teor alcoólico) da cerveja, enquanto a doçura diminui. Sem caráter quente ou solvente de álcool. Alta carbonatação, água com moderado teor de sulfato e alta atenuação produzem um final bem seco com longo, amargo e por vezes condimentado aftertaste. O amargor percebido é frequentemente mais alto que o nível de IBU sugere. Sem diacetil.
Paladar: corpo médio a leve. O nível de álcool vai de médio a médio-alto, embora o nível de aquecimento alcoólico vá de baixo a médio. Sem caráter quente ou solvente de álcool. Carbonatação muito alta, com qualidade efervescente. Há acidez suficiente na língua para balancear um final tão . Baixo a moderado caráter azedo pode estar presente, mas deve ser refrescante, e não ao ponto de enrugamento.
Impressão geral: uma Ale refrescante, média a fortemente frutada/condimentada, com distinta coloração amarelo-laranja, altamente carbonatada, bem lupulada e seca com acidez que sacia a sede.
História: um estilo sazonal para o verão produzido na Valônia, a parte da Bélgica onde se fala francês. Originalmente envasada no final da estação fria para durar até os meses mais quentes antes da refrigeração era comum. Tinha que ser vigorosa o suficiente para durar por meses, mas não tão forte, para que continuasse refrescante e matando a sede no verão. Atualmente é produzida durante o ano inteiro em minúsculas cervejarias artesanais cujas construções refletem sua origem agrícola.
Comentários: existem exemplares de teor alcoólico variável (cervejas de mesa de %, versões típicas para exportação de 6,5% e exemplares mais fortes com 8%+). Versões mais fortes (6,5%-9,5%) devem ser incluídas na categoria Belgian Specialty Ales (16E). a doçura diminui e o caráter condimentado, lupulado e azedo aumenta junto com a força. Adições de ervas e condimentos frequentemente refletem as variedade nativas disponíveis na cervejaria. Alta carbonatação e extrema atenuação (85-95%) ajudam a trazer à tona os inúmeros sabores e a aumentar a percepção de um final seco. Todas essas cervejas dividem níveis mais altos de acidez que outros estilos belgas, enquanto o sabor azedo opcional é uma característica variável de uma cervejaria para outra.
Ingredientes: malte Pilsner domina a malha de grãos embora uma porção de malte Vienna e/ou Munich contribua com cor e complexidasde. Por vezes contém outros grãos como trigo e trigo europeu. Adjuntos como açúcar e mel também podem servir para dar complexidade e afinar o corpo. Amargor e sabor de lúpulo podem ser mais perceptíveis que em muitos outros estilos belgas. Uma Saison pode ser seca-lupulada. Lúpulos nobres, Styrian ou East Kent Goldings são comumente usados. Uma larga variedade de ervas e condimentos são frequentemente usados para dar complexidade e unicidade nas versões mais fortes, mas deve sempre fundir-se bem com os caráteres de levedo e lúpulo. Graus variáveis de acidez e/ou azedume podem ser criados pelo uso de gesso, malte acidulado, massa azeda ou lactobacilos. Água com alto teor de minerais, comum na maior parte da Valônia, pode acentuar o amargor, bem como o final amargo.
Estatísticas vitais:
IBUs: 20-35 SRM: 5-14 OG: 1.048-1.065 FG: 1.002-1.012 ABV: 5-7%
Exemplos comerciais: Saison Dupont Vieille Provision; Fantôme Saison D’Erezée - Printemps; Saison de ipaix; Saison Regal; Saison Voisin; Lefebvre Saison 1900; Ellezelloise Saison 2000; Saison Silly; Southampton Saison; New Belgium Saison; Pizza Port SPF 45; Lost Abbey Red Barn Ale; Ommegang Hennepin

Ilustra o espaço de hoje a Ommegand Hennepin, também encontrada em

Continua amanhã a família Belgian e French Ale com o subestilos Bière de Garde. Até lá!

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quarta-feira, 18 de junho de 2008

16b) BELGIAN PALE ALE


Aroma: destacado aroma de malte com moderado caráter frutado e baixo aroma de lúpulo. Aroma tostado e de biscoito, vindos do malte. Pode ter frutagem lembrando laranja ou pêra, embora não seja tão frutada/cítrica como outras Belgian Ale. Distinto aroma floral ou condimentado, caráter de lúpulo de força baixa a moderada, opcionalmente misturado com fenóis condimentados e apimentados. Sem diacetil.
Aparência: cor âmbar a cobre. Muito boa claridade. Cremosa, irregular e branca espuma geralmente desaparece mais rapidamente que outras cervejas belgas.
Sabor: frutado e leve a moderadamente condimentado com suave presença de malte e relativamente leve caráter de lúpulo e baixo a muito baixo teor de fenóis. Pode ter frutagem lembrando pêra ou laranja, embora não seja tão frutada/cítrica como outras Belgian Ales. Tem uma doçura inicial suave e maltada, com sabor tostado, de biscoito e nozes, também do malte. O sabor de lúpulo vai de baixo a nenhum. O amargor de lúpulo vai de médio a baixo, e é opcionalmente complementado por pequenos volumes de fenóis ap8imentados. O final vai de moderadamente seco a moderadamente doce, com os lúpulos se destacando mais nas versões com final mais seco.
Paladar: corpo médio a médio-leve. O teor de álcool é restrito e qualquer tipo de aquecimento deve ser baixo, se presente. Sem caráter quente ou solvente de álcool. Carbonatação média.
Impressão geral: uma Ale frutada, moderadamente maltada, algo condimentada, fácil de beber e de coloração cobre.
História: começou a ser produzida por cervejarias nos meados de 1700, com os mais conhecidos exemplos sendo aperfeiçoados após a Segunda Guerra Mundial com alguma influência da Grã-Bretanha, incluindo variedades de lúpulo e levedo.
Comentários: mais comumente encontrada nas províncias belgas de Antuérpia e Brabant. Consideradas cervejas para o dia-a-dia (categoria I). comparadas às suas primas mais alcoólicas da categoria S, são ‘cervejas de degustação’ belgas, pela facilidade em bebê-las. Nada deve ser muito pronunciado ou dominante; o balanço é o segredo.
Ingredientes: malte Pilsner ou claro contribui para o ‘grosso’ da malha de grãos com maltes Vienna e Munich dando cor, corpo e complexidade. O uso de açúcar não é comumente usado como alta gravidade, e nem desejado. Lúpulos nobres, Styrian Goldings, East Kent Goldings ou Fuggles são comumente usados. Levedos dados à moderada produção de fenóis são frequentemente usados, mas as temperaturas de fermentação devem ser mantidas moderadas para limitar essa característica.
Estatísticas vitais:
IBUs: 20-30 SRM: 8-14 OG: 1.048-1.054 FG: 1.010-1.014 ABV: 4.8-5.5%
Exemplos comerciais: De Koninck, Speciale Palm, Dobble Palm, Russian River Perdition, Ginder Ale, Op-Ale, St. Pieters Zinnebir, Brewer’s Art House Pale Ale, Avery Karma, Eisenbahn Pale Ale, Ommegang Rare Vos (unusual in its 6.5% ABV strength)

Devido à divergência de opiniões entre qual é o estilo da Eisenbahn Pale Ale, o exemplar que ilustra o espaço de hoje é a De Koninck, encontrada em algumas lojas especializadas brasileiras e também em http://www.ratebeer.com/beer/de-koninck/3911/

Continua amanhã a família Belgian e French Ale com o subestilo Saison. Até lá!

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terça-feira, 17 de junho de 2008

16) BELGIAN AND FRENCH ALE 16a) WITBIER


Aroma: doçura moderada (frequentemente com leves notas de mel e/ou baunilha) com leve aromatização de grãos e condimentos, geralmente com um pouco de azedume. Moderado perfume de coentro, frequentemente com complexas notas herbais, condimentadas ou apimentadas em segundo plano. Frutagem moderada, com características cítricas de casca de laranja. Um leve aroma condimentado/herbal de lúpulo é opcional, mas nunca deve sobrepor-se às outras características. Sem diacetil. Aromas vegetais, lembrando aipo ou presunto são inapropriados. Condimentos devem misturar-se com aromas frutados, florais e doces e não devem ser demasiado fortes.
Aparência: cor de palha bem clara a dourado bem claro. A cerveja será bem turva devido à consistência do amido e/ou levedo, que dará uma aparência leitosa, amarelo-esbranquiçada. Espuma densa, branca e com textura de mousse. Muito boa retenção de espuma.
Sabor: agradável doçura (frequentemente com caráter de mel e/ou baunilha) com frutagem cítrica de casca de laranja. Refrescantemente fresca, com final seco e geralmente azedo. Pode ter leve sabor de trigo. Opcionalmente tem um azedume lácteo bem leve. Sabores herbais/condimentados, que podem incluir coentro e outros condimentos, são comuns, mas devem ser sutis e balanceados, não dominantes. sabor de lúpulo condimentado ou lembrando terra é baixo ou nenhum, e, se perceptível, nunca entra no caminho dos condimentos. O amargor de lúpulo vai de baixo a médio-baixo (como nas Hefeweizen) e não interfere com os refrescantes sabores de fruta e condimentos, nem persiste até o final. O amargor da casca de laranja não deve estar presente. São inapropriados sabores vegetais, lembrando aipo ou presunto. Sem diacetil.
Paladar: corpo médio-leve a médio, geralmente com suavidade e leve cremosidade vinda do trigo não-maltado e do uso ocasional de aveia. Apesar do corpo e cremosidade, tem final seco e por vezes, azedo. Caráter efervescente da alta carbonatação. Final refrescante, de leve acidez e com falta de amargor. Sem amargor ou adstringência do mesocarpo da laranja. Não deve ser demasiado seca ou rala, nem deve ser grossa e pesada.
Impressão geral: uma Ale baseada em trigo, refrescante, elegante, saborosa e de força moderada.
História: um estilo de cerveja com 400 anos de idade que desapareceu na década de 1950 e foi posteriormente revivido por Pierre Celis com a Hoegaarden, crescendo em popularidade desde então.
Comentários: a presença, caráter e grau de condimentação e azedume lático varia. Cervejas excessivamente condimentadas e/ou azedas não são bons exemplos do estilo. Coentro de determinadas origens pode dar um inapropriado caráter de presunto ou aipo. A cerveja tende a ser frágil e não envelhece bem, então exemplos mais jovens, frescos e corretamente manuseados são preferíveis. A maioria dos exemplares parece apresentar teor alcoólico de aproximadamente 5%.
Ingredientes: cerca de 50% de trigo não-maltado (tradicionalmente trigo branco suave de inverno) e 50% de malte claro de cevada (usualmente malte Pils) constituem a malha de grãos. Em algumas versões até 5-10% de aveias selvagens podem ser usadas. Condimentos de coentro recém-colhido e Curaçao ou ocasionalmente casca de laranja doce complementam o aroma doce e são bem características. Outros condimentos (ex: camomila, cominho, canela, grãos do paraíso) podem ser usados para dar complexidade mas são muito menos destacados. Levedo de ale apropriado à produção de sabores suaves e condimentados é bem característico. Em alguns exemplos uma fermentação lática bem limitada, ou até a adição de ácido lático, é executada.
Estatísticas vitais:
IBUs: 10-20 SRM: 2-4 OG: 1.044-1.052 FG: 1.008-1.012 ABV: 4.5-5.5%
Exemplos comerciais: Hoegaarden Wit, St. Bernardus Blanche, Celis White, Vuuve 5, Brugs Tarwebier (Blanche de Bruges), Wittekerke, Allagash White, Blanche de Bruxelles, Ommegang Witte, Avery White Rascal, Unibroue Blanche de Chambly, Sterkens White Ale, Bell’s Winter White Ale, Victory Whirlwind Witbier, Hitachino Nest White Ale

Apesar da Hoegaarden ser encontrada com facilidade em boa parte dos supermercados brasileiros, a escolhida para ilustrar o espaço de hoje é a também disponível em território nacional (apenas em lojas especializadas, no entanto) é a Blanche de Chambly, cujos detalhes mais aprofundados também podem ser pesquisados em



Continua amanhã a família Belgian e French Ale com o subestilo Belgian Pale Ale. Até lá!


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segunda-feira, 16 de junho de 2008

15d) ROGGENBIER (GERMAN RYE BEER)


Aroma: baixo a moderado aroma condimentado de centeio misturado com leves a moderados aromas de levedo Weizen (cravo condimentado e ésteres frutados, de banana ou cítrico). Lúpulos nobres leves são aceitáveis. Pode ter um aroma algo ácido do centeio e do levedo. Sem diacetil.
Aparência: coloração laranja-acobreado claro a avermelhado bem escuro ou marrom-acobreado. Grande espuma cremosa de coloração esbranquiçada a bronze, bem densa e persistente (geralmente grossa e irregular). Aparência turva, enevoada.
Sabor: de grãos, moderadamente baixo a moderadamente forte sabor condimentado de centeio, frequentemente tendo um vigoroso e nutritivo sabor remanescente de centeio ou pão de centeio. Médio a médio-baixo amargor permite que uma doçura inicial de malte (por vezes com uma pitada de caramelo) seja saboreada antes dos caráteres de levedo e centeio assumirem o controle. Baixa a moderada presença de características de levedo Weizen (banana, cravo e algumas vezes cítrico), embora o balanço possa variar. Final médio-seco e lembrando grãos com um aftertaste forte, azedo e ligeiramente amargo (devido ao centeio). Baixo a moderado aroma de lúpulo nobre é aceitável e pode persistir até o aftertaste. Sem diacetil.
Paladar: corpo médio a médio-cheio. Alta carbonatação. Ligeiro azedume opcional.
Impressão geral: uma Dunkelweizen feita com centeio em vez de trigo, mas com mais corpo e leves lúpulos finalizadores.
História: uma cerveja de especialidade originalmente produzida em Regensburg, Bavária, como uma variante mais particular de uma Dunkelweizen usando centeio maltado em vez de trigo maltado.
Comentários: cervejas de centeio no estilo americano devem ser incluídas na categoria American Rye (6D). Outros estilos tradicionais de cerveja com centeio suficiente adicionado para dar um caráter perceptível do cereal devem ser incluídos na categoria Specialty Beer (23). O centeio é um cereal sem casca e difícil de esmagar, resultando em uma massa de textura grudenta que tende a ser pegajosa. O centeio se caracteriza por ter o mais destacado sabor de todos os cereais. É inapropriado adicionar sementes de alcarávia às Roggenbier (como alguns cervejeiros americanos fazem); o caráter de centeio deve tradicionalmente vir apenas e tão-somente do grão de centeio.
Ingredientes: centeio maltado tipicamente constitui 50% ou mais da malha de grãos (algumas versões tem 60% a 65%). O restante pode incluir malte claro, malte Munich, malte de trigo, malte Crystal e/ou pequenos volumes de maltes escuros desamargados para ajuste de cor. O levedo Weizen fornece destacados ésteres de banana e fenóis de cravo. Leve uso de lúpulos nobres para amargor, sabor e aroma. Temperaturas mais baixas de fermentação acentuam o caráter de cravo ao suprimir a formação de ésteres. A malha de decocção é comumente usada (como nas Weizenbiers).
Estatísticas vitais:
IBUs: 10-20 SRM: 14-19 OG: 1.046-1.056 FG: 1.010-1.014 ABV: 4.5-6%
Exemplos comerciais: Paulaner Roggen (antiga Thurn und Taxis, não é mais exportada para os EUA), Bürgerbräu Wolznacher Roggenbier

Ilustra o espaço de hoje a Paulaner Roggen, também encontrada em



E assim termina a família German Wheat e Rye Beer. Começa amanhã a família Belgian e French Ale, com o subestilo Witbier. Até lá!

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domingo, 15 de junho de 2008

15c) WEIZENBOCK


Aroma: rico, com melanoidinas encontradas nas Bock e malte lembrando pão combinado com um poderoso aroma de frutas escuras (ameixa, ameixa-seca, uva-passa ou uva). Presença moderada a forte de fenóis (mais comumente baunilha e/ou cravo) adiciona complexidade e alguns ésteres de banana também podem estar presentes. Um aroma moderado de álcool é comum, embora nunca deva lembrar solvente. Sem aroma de lúpulo, diacetil ou DMS.
Aparência: coloração âmbar escuro a marrom-rubi escuro. Uma espuma bem grossa, lembrando mousse, de longa duração e coloração bronze-claro é característica. O alto conteúdo de proteína de trigo fornece claridade a esse estilo tradicionalmente não-filtrado, embora o nível de turbidez seja um tanto variável. O sedimento de levedo suspenso (que deve ser agitado antes de beber) também contribui para a turbidez.
Sabor: um complexo casamento de melanoidinas ricas presentes em Bocks, fenóis condimentados lembrando cravo, banana (levemente) e/ou baunilha e um moderado sabor de trigo. Este último sabor, lembrando malte e pão, é mais tarde incrementado pelo uso copioso de maltes Munich e/ou Vienna. Pode ter um paladar ligeiramente doce e um leve caráter de chocolate é por vezes encontrado (embora um caráter tostado seja inapropriado). Um caráter ácido pouco perceptível pode estar presente opcionalmente. Não há sabor de lúpulo e o amargor do mesmo é baixo. Os caráteres de trigo, malte e levedo dominam o paladar e o álcool ajuda a balancear o final. Exemplos bem envelhecidos podem mostrar alguma oxidação à la sherry como um ponto de complexidade. Sem diacetil ou DMS.
Paladar: corpo médio-cheio a cheio. Uma sensação cremosa é típica, bem como a sensação aquecida conferida pelo substancial teor alcoólico. A presença de maltes Munich e/ou Vienna também confere uma sensação adicional de riqueza e totalidade. Carbonatação moderada a alta. Nunca quente ou lembrando solvente.
Impressão geral: uma Ale forte, maltada, frutada e baseada em trigo, que combina os melhores sabores de uma Dunkelweizen ao rico sabor e corpo de uma Bock.
História: a Aventinus, mais velha Doppelbock de alta-fermentação no mundo, foi criada em 1907 no Weisse Brauhaus em Munique usando o ‘método Champenoise’ com sedimentos de levedo fresco no fundo. Foi a resposta criativa da Schneider às Doppelbock de baixa-fermentação que desenvolviam um forte seguimento naqueles tempos.
Comentários: uma cerveja Dunkel-weizen envasada com o teor alcoólico de Bocks ou Doppelbocks. Atualmente também é produzida no estilo Eisbock como uma Specialty Beer (cerveja de especialidade). A garrafa deve ser gentilmente rolada ou agitada antes de servir para remexer o levedo.
Ingredientes: uma alta porcentagem de trigo maltado é usada (pela lei alemã deve ser de pelo menos 50%, embora tal índice possa chegar a até 70%), com o restante sendo de maltes de cevada do tipo Munich e/ou Vienna. Uma malha de decocção tradicional dá o corpo apropriado sem uma doçura pegajosa. Levedos de Weizen Ale produzem o típico caráter condimentado/apimentado e frutado. Fermentações demasiado quentes ou frias irão tirar fenóis e ésteres de balanço e podem criar sabores secundários. Um pequeno volume de lúpulos nobres é usado apenas para dar amargor.
Estatísticas vitais:
IBUs: 15-30 SRM: 12-25 OG: 1.064-1.090 FG: 1.015-1.022 ABV: 6.5-8.0%
Exemplos comerciais: Schneider Aventinus, Schneider
Aventinus Eisbock, Plank Bavarian Dunkler Weizenbock, Plank Bavarian Heller Weizenbock, AleSmith Weizenbock, Erdinger Pikantus, Mahr’s Der Weisse Bock, Victory Moonglow Weizenbock, High Point Ramstein Winter Wheat, Capital Weizen Doppelbock, Eisenbahn Vigorosa

Os exemplares acima de itálico encontram-se facilmente em supermercados e lojas especializadas brasileiras. Na foto está um dos mais renomados, a Schneider Aventinus, também localizada em http://www.ratebeer.com/beer/schneider-aventinus/2224/

Termina amanhã a família German Wheat and Rye Beer com o subestilo Roggenbier (German Rye Beer). Até lá!

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sábado, 14 de junho de 2008

15b) DUNKELWEIZEN

Aroma: moderada a forte presença de fenóis (usualmente cravo) e ésteres frutados (usualmente banana). O balanço e a intensidade dos componentes de fenol e éster pode variar mas os melhores exemplos são razoavelmente balanceados e moderadamente destacados. Opcionalmente, um caráter de baunilha baixo a moderado e/ou fracas notas de goma de mascar podem estar presentes, mas não devem dominar. Caráter de lúpulo nobre varia de baixo a nenhum. Leve a moderado aroma de trigo (que pode ser notado como sendo de pão ou grãos) pode estar presente e é frequentemente acompanhado por um aroma mais rico de caramelo, crosta de pão ou malte (ex: dos maltes Vienna e/ou Munich). Qualquer caráter de malte é auxiliar e não sobrepõe o carater de levedo. Sem diacetil ou DMS. Ligeira acidez é opcional, mas aceitável.
Aparência: cobre-claro a mogno marrom em sua coloração. Espuma bem grossa, lembrando mousse e de longa duração é característica. O alto conteúdo de proteína de trigo confere claridade nesse estilo tradicionalmente não-filtrado, embora o nível de turbidez seja um tanto variável. Os sedimentos de levedo suspensos (que devem ser agitados antes de beber) também contribuem para a turbidez.
Sabor: baixo a moderadamente forte de banana e cravo. O balanço e a intensidade dos componentes de fenol e éster podem variar, mas os melhores exemplos são razoavelmente balanceados e moderadamente destacados. Opcionalmente, um caráter de baunilha oscilando entre bem leve a moderado e/ou notas leves de goma de mascar podem acentuar o sabor e a doçura de banana, entretanto, nenhum deve ser dominante no caso de estarem presentes. O suave sabor de trigo lembrando pão ou grãos é complementar, bem como um caráter mais rico de caramelo e/ou melanoidina do malte Munich e/ou Vienna. A riqueza do malte pode ser baixa a média-alta, mas não deve sobrepor o caráter de levedo. Um caráter tostado de malte é inapropriado. O sabor de lúpulo vai de muito baixo a nenhum , bem como o amargor de lúpulo. Um caráter cítrico e acido do levedo e alta carbonatação estão às vezes presentes, mas tipicamente mudos. Um paladar redondo, saboroso e algumas vezes doce com final relativamente seco. Sem diacetil ou DMS.
Paladar: corpo médio-leve a médio-cheio. A textura do trigo bem como a do levedo em suspensão confere a sensação de uma complexidade macia e cremosa que pode progredir até um final mais leve, auxiliado por uma carbonatação de moderada a alta. A presença de maltes Munich e/ou Vienna podem fornecer uma sensação extra de riqueza e totalidade. Efervescente.
Impressão geral: uma Ale moderadamente escura, condimentada, frutada, maltada, refrescante e baseada em trigo. Refletindo o melhor caraer de levedo e trigo de uma Hefeweizen misturado com a riqueza maltada de uma Munich Dunkel.
História: as antigas cervejas de trigo da Bavária costumavam ser escuras. Nos anos 50 e 60, essas cervejas não tinham uma imagem jovem, já que muitos dos mais velhos as bebiam por suas características saudáveis. Hoje em dia, as Hefeweizen mais leves são mais comuns.
Comentários: a presença de maltes de cevada do tipo Munich e/ou Vienna dão a esse estilo um profundo e rico caráter de cevada e male não encontrado em uma Hefeweizen. Garrafas com levedo são tradicionalmente agitadas ou gentilmente roladas antes de servir.
Ingredientes: pela lei alemã, pelo menos 50% dos grãos devem ser trigo maltado, embora algumas versões usem até 70%; o restante é constituído usualmente por malte Munich e/ou Vienna. Uma tradicional malha de decocção dá um corpo apropriado sem conferir uma doçura pegajosa. Levedos de Weizen Ale produzem um típico caráter condimentado e frutado, embora temperaturas de fermentação extremas possam afetar o balanço e produzir sabores secundários. Um pequeno volume de lúpulos nobres é uso apenas para dar amargor.
Estatísticas vitais:
IBUs: 10-18 SRM: 14-23 OG: 1.044-1.056 FG: 1.010-1.014 ABV: 4.3-5.6%
Exemplos comerciais: Weihenstephaner Hefeweissbier Dunkel, Ayinger Ur-Weisse, Franziskaner Dunkel Hefe-Weisse, Schneider Weisse (Original), Ettaler Weissbier Dunkel, Hacker-Pschorr Weisse Dark, Tucher Dunkles Hefe Weizen, Edelweiss Dunkel
Weissbier, Erdinger Weissbier Dunkel, Kapuziner Weissbier Schwarz

Ilustra o espaço de hoje a facilmente localizada em supermercados brasileiros Weihenstephaner Hefeweissbier Dunkel, exemplar também encontrado em

Continua amanhã a família German Wheat and Rye Beer, com o subestilo Weizenbock. Até lá!

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sexta-feira, 13 de junho de 2008

15) GERMAN WHEAT & RYE BEER 15a) WEIZEN/WEISSBIER


Aroma: fenóis moderados a fortes (usualmente cravo) e ésteres frutados (usualmente banana). O balanço e a intensidade dos componentes de fenol e éster pode variar mas o melhores exemplos são razoavelmente balanceados e moderadamente destacados. Caráter de lúpulo nobre oscila de baixo a nenhum. Leve a moderado aroma de trigo (que deve ser percebido como lembrando pão ou grãos) pode estar presente, mas outras características de malte não devem estar. Sem diacetil ou DMS. Pode apresentar uma leve acidez cítrica opcional, mas aceitável, leve a moderado caráter de baunilha e/ou baixo aroma de goma de mascar. Nenhuma dessas características opcionais deve ser alta ou dominante, mas frequentemente pode incrementar complexidade e balanço.
Aparência: coloração palha-claro a dourado bem escuro. Uma espuma bem grossa, com textura de mousse e de longa duração é característica. O alto conteúdo de proteína de trigo confere claridade em uma cerveja não-filtrada, embora o nível de turbidez seja um tanto quanto variável. Uma cerveja ‘mit hefe’ também se torna turva devido a sedimentos de levedo suspensos (que devem ser agitados antes de beber). A versão filtrada se chama Krystal, não tem levedo e é brilhantemente clara.
Sabor: baixo a moderadamente forte sabor de banana e cravo. O balanço e a intensidade dos componentes de fenol e éster podem variar, mas os melhores exemplos são razoavelmente balanceados e moderadamente destacados. Opcionalmente, um caráter de baunilha bem leve a moderado e/ou leves notas de goma de mascar podem acentuar o sabor e doçura de banana; nenhum deles deve ser dominante se estiverem presentes. O sabor suave de trigo, lembrando pão ou grãos, é complementar, assim como um caráter levemente doce de malte Pils. O sabor de lúpulo vai de muito baixo a nenhum e o amargor de lúpulo de muito baixo a moderadamente baixo. Um caráter acido e cítrico do levedo e alta carbonatação estão frequentemente presentes. Paladar saboroso e redondo, com final relativamente seco. Sem diacetil ou DMS.
Paladar: corpo médio-leve a médio; nunca pesado. O levedo suspenso pode aumentar a percepção de corpo. A textura do trigo confere a sensação de um volume macio e cremoso, que pode progredir para um final leve e gaseificado auxiliado pela alta carbonatação. Sempre efervescente.
Impressão geral: uma Ale baseada em trigo, pálida, condimentada, frutada e refrescante.
História: uma tradicional Ale baseada em trigo originária do sul da Alemanha, especialmente feita para o consumo durante o verão, mas geralmente produzida durante todo o ano.
Comentários: essas são cervejas refrescantes e de rápida maturação, levemente lupuladas e mostram um caráter único de banana e cravo oriundos do levedo. Essas cervejas não envelhecem muito bem e são melhor aproveitadas enquanto jovens e frescas. A versão ‘mit hefe’ é servida com sedimentos de levedo sendo agitados dentro da garrafa; a versão Krystal é filtrada para obter excelente claridade. Garrafas com levedo são tradicionalmente agitadas ou gentilmente roladas antes de servir. O caráter de uma Krystal Weizen é geralmente mais frutado e menos fenólico que o de uma Hefe-Weizen.
Ingredientes: pela lei alemã, pelo menos 50% da malha de grãos deve ser composto de trigo maltado, embora algumas versões usem até 70%; o restante corresponde a malte Pilsner. Uma malha de decocção tradicional dá um corpo apropriado sem uma doçura inebriante. Os levedos para Weizen Ale produzem o típico caráter condimentado e frutado, embora temperaturas extremas de fermentação possam afetar o balanço e produzir sabores secundários. Um pequeno volume de lúpulos nobres é usado apenas para dar amargor.
Estatísticas vitais:
IBUs: 8-15 SRM: 2-8 OG: 1.044-1.052 FG: 1.010-1.014 ABV: 4.3-5.6%
Exemplos comerciais: Weihenstephaner Hefeweissbier, Schneider Weisse Weizenhell, Paulaner Hefe-Weizen, Hacker-Pschorr Weisse, Plank Bavarian Hefeweizen, Ayinger Bräu Weisse, Ettaler Weissbier Hell, Franziskaner Hefe-Weisse, Andechser Weissbier Hefetrüb, Kapuziner Weissbier, Erdinger Weissbier, Penn Weizen, Barrelhouse Hocking Hills HefeWeizen,
Eisenbahn Weizenbier

Muitos dos exemplares acima são encontrados em supermercados brasileiros, mas a escolhida pra povoar o espaço de hoje é a brazuca Eisenbahn Weizenbier, também encontrada em

Continua amanhã a família German Wheat e Rye Beer com o subestilo Dunkelweizen. Até lá!

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quinta-feira, 12 de junho de 2008

14c) IMPERIAL IPA


Aroma: destacado a intenso aroma de lúpulo que pode ser derivado de variedades americanas, inglesas e/ou nobres (embora um caráter cítrico de lúpulo esteja quase sempre presente). Maior parte das versões são secas-lupuladas e podem ter aromas adicionais de resina ou grama, embora isso não seja absolutamente requerido. Alguma limpa doçura maltada pode ser encontrada em segundo plano. Frutagem, tanto dos ésteres como dos lúpulos, também pode ser detectada em algumas versões, embora um caráter neutro de fermentação seja típico. Algum álcool pode usualmente ser percebido, mas não deve ter um caráter ‘quente’.
Aparência: coloração varia de âmbar dourado a cobre-avermelhado médio; algumas versões podem ter tintura alaranjada. Deve ser clara, embora versões secas-lupuladas não-filtradas possam ser um pouco turvas. Espuma esbranquiçada e de boa persistência.
Sabor: o sabor de lúpulo é forte e complexo e pode refletir o uso de variedades americanas, inglesas e/ou nobres. Alto a absurdamente alto amargor de lúpulo, embora a espinha dorsal do malte geralmente suporte o forte caráter de lúpulo e forneça o melhor balanço. O sabor de malte deve ser de baixo a médio e é geralmente limpo e maltado embora alguns sabores de caramelo ou tostados sejam aceitáveis em baixos níveis. Sem diacetil. Baixa frutagem é aceitável, mas não requisitada. Um longo e duradouro amargor está usualmente presente no aftertaste, mas não deve ser pesado. Final médio-seco a seco. Um limpo e suave sabor de álcool está usualmente presente. Carvalho é inapropriado nesse estilo. Pode ser ligeiramente enxofrada, mas a maior parte dos exemplos não exibe esse caráter.
Paladar: corpo suave, médio-leve a médio. Sem a pesada adstringência derivada do lúpulo, embora uma carbonatação moderada a média-alta possa ser combinada para fornecer uma sensação geral seca na presença da doçura de malte. Suave aquecimento alcoólico.
Impressão geral: uma Pale Ale muito forte, intensamente lupulada, sem a grande maltagem e/ou sabores mais profundos de malte de um Barley Wine americano. Fortemente lupulada, mas limpa, sem ser acre, e um tributo às IPAs históricas. Ser fácil de beber é uma importante característica; essa não deve ser uma cerveja pesada, para se bebericar. Também não deve ter muita doçura residual ou forte perfil de grãos.
História: uma recente inovação americana refletindo a tendência de cervejeiros artesanais americanos de alargarem seus limites afim de satisfazerem a necessidade de aficionados por lúpulo por produtos cada vez mais intensos. O adjetivo ‘Imperial’ é arbitrário e simplesmente implica uma versão mais forte de IPA; ‘double’, ‘extra’, ‘extreme’ e qualquer outra variedade de adjetivos seria igualmente válida.
Comentários: maior que English e American IPAs tanto em teor alcoólico como em nível geral de lúpulo (amargor e final). Menos maltada, menos corpo, menos rica e maior intensidade geral de lúpulo que em um Barley Wine americano. Tipicamente com menor gravidade e álcool que o vinho de cevada, já que alto teor alcoólico e malte tendem a limitar a facilidade de beber. Um modelo para lúpulos.
Ingredientes: malte Pale Ale (bem modificado e adequado para infusões de temperatura única); pode usar uma complexa variedade de lúpulos (inglês, americano, nobre). Levedo americano pode dar um perfil limpo ou ligeiramente frutado. Geralmente só-malte, mas sofre infusão em temperaturas mais baixas para alta atenuação. O caráter da água varia de suave a moderadamente sulfatada.
Estatísticas vitais:
IBUs: 60-120 SRM: 8-15 OG: 1.070-1.090 FG: 1.010-1.020 ABV: 7.5-10%
Exemplos comerciais: Russian River Pliny the Elder, Three Floyd’s Dreadnaught, Avery Majaraja, Bell’s Hop Slam, Stone Ruination IPA, Great Divide Hercules Double IPA, Surly Furious, Moylan’s Hopsickle Imperial India Pale Ale, Stoudt’s Double IPA, Dogfish Head 90-minute IPA, Victory Hop Wallop

Embeleza o espaço de hoje a Three Flods Dreadnaught Imperial IPA, também encontrada em



E assim termina a família India Pale Ale (IPA). Amanhã começa a família German Wheat and Rye Beer (Cerveja alemã de trigo ou centeio). Até lá!

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v

quarta-feira, 11 de junho de 2008

14b) AMERICAN IPA


Aroma: destacado a intenso aroma de lúpulo com caráter cítrico, floral, lembrando perfume, resina, pinha ou frutado derivado de lúpulos americanos. Muitas versões são secas-lupuladas e podem ter um aroma adicional de grama, embora isso não seja requerido. Alguma doçura limpa maltada pode ser encontrada em segundo plano, mas deve estar em um nível mais baixo que nos exemplos ingleses. Pode ser detectada frutagem, tanto dos ésteres como dos lúpulos, em algumas versões, embora um caráter neutro de fermentação também seja aceitável. Algum álcool pode ser percebido.
Aparência: a coloração vai de dourado médio a cobre-avermelhado médio; algumas versões podem ter uma tintura alaranjada. Deve ser limpa, embora versões secas-lupuladas não-filtradas possam ser um pouco turvas. Boa espuma com coloração branca a esbranquiçada e boa persistência.
Sabor: o sabor de lúpulo vai de médio a alto, e deve refletir um caráter de lúpulo americano com aspectos cítricos, florais, frutados de resina ou pinha. Médio-alto a bem alto amargor de lúpulo, embora a espinha dorsal do malte deva suportar o forte caráter de lúpulo e prover o melhor balanço. O sabor de malte deve ir de baixo a médio e é geralmente limpo e doce maltado embora alguns sabores de caramelo ou tostados sejam aceitáveis em níveis baixos. Sem diacetil. Baixa frutagem é aceitável, mas não requerida. O amargor pode permanecer até o aftertaste, mas não deve ser pesado. Final médio-seco a seco. Algum sabor limpo de álcool pode ser notado em versões mais fortes. Carvalho é inapropriado nesse estilo. Pode ser levemente enxofrada, mas alguns exemplos não exibem esse caráter.
Paladar: suave, sensação média-leve a média na boca, sem adstringência derivada do lúpulo, embora sua carbonatação moderada a média-alta possa ser combinada de modo a fornecer uma sensação geral seca na presença da doçura do malte. Algum aquecimento alcoólico pode e deve ser sentido em versões mais fortes (mas não em todas). Geralmente é menos encorpada que suas contrapartidas inglesas.
Impressão geral: uma American Pale Ale moderadamente forte e decididamente mais lupulada e amarga.
História: uma versão americana do histórico estilo inglês, envasada usando ingredientes e atitude americanas.
Ingredientes: malte Pale Ale (bem modificado e adequado para infusão de temperatura única); lúpulos americanos; levedo americano que pode dar um perfil limpo ou ligeiramente frutado. Geralmente só-malte, mas esmagada e misturada com água em temperaturas mais baixas para alta atenuação. O caráter da água varia de suave a moderadamente sulfatada. Versões com perceptível caráter de centeio (‘RyePA’) devem ser incluídas na categoria Specialty Beer.
Estatísticas vitais:
IBUs: 40-70 SRM: 6-15 OG: 1.056-1.075 FG: 1.010-1.018 ABV: 5.5-7.5%
Exemplos comerciais: Bell’s Two-Hearted Ale, AleSmith IPA, Russian River Blind Pig IPA, Stone IPA, Three Floyds Alpha King, Great Divide Titan IPA, Bear Republic Racer 5 IPA, Victory Hop Devil, Sierra Nevada Celebration Ale, Anderson Valley Hop Ottin’, Dogfish Head 60 Minute IPA, Founder’s Centennial IPA, Anchor Liberty Ale, Harpoon IPA, Avery IPA


Na foto de hoje aparece a Sierra Nevada Celebration Ale, também encontrada em



Termina amanhã a família IPA com o subestilo Imperial IPA. Até lá!


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terça-feira, 10 de junho de 2008

14) INDIA PALE ALE (IPA) 14a) ENGLISH IPA


Aroma: moderado a moderadamente alto aroma de lúpulo com típicos traços florais, frutados ou de terra, embora a intensidade do caráter de lúpulo seja usualmente menor que das versões americanas. Um leve aroma seco-lupulado de grama é aceitável, mas não requerido. É comum uma presença moderada de malte tostado ou lembrando caramelo. Baixa a moderada frutagem, dos ésteres ou dos lúpulos, pode estar presente. Algumas versões podem ter presença de enxofre, embora esse traço não seja obrigatório.
Aparência: coloração vai de âmbar dourado a cobre claro, mas a maioria vai de amarelo-claro a âmbar médio com tinturas alaranjadas. Deve ser clara, embora versões secas-lupuladas não-filtradas possam ser um pouco turvas. Espuma de boa persistência com coloração esbranquiçada. Sabor: o sabor de lúpulo vai de médio a alto, com moderado a destacado amargor de lúpulo. O sabor de lúpulo deve ser similar ao aroma (floral, frutado, lembrando terra ou grama). O sabor de malte deve ser médio-baixo a médio-alto, mas deve ser perceptível, agradável, e auxiliar o aspecto de lúpulo. O malte deve mostrar um caráter inglês e lembrar algo de pão, biscoito, torrada, toffee e/ou caramelo. Apesar do substancial caráter de lúpulo típico dessas cervejas, sabor, corpo e complexidade de malte suficientes para dar suporte aos lúpulos irão prover o melhor balanço. Níveis muito baixos de diacetil são aceitáveis e a frutagem vinda da fermentação ou dos lúpulos irá contribuir para a complexidade geral. O final vai de médio a seco e o amargor pode permanecer até o aftertaste, mas não deve ser muito pesado. Se água com alto teor de sulfato for usada, um final destacadamente mineralizado, seco, com algum sabor de enxofre e amargor persistente estará usualmente presente. Algum sabor limpo de álcool pode ser notado em versões mais fortes. A presença de carvalho é inapropriada para esse estilo.
Paladar: suave, corpo médio-leve a médio, ser adstringência oriunda do lúpulo, embora uma carbonatação moderada a média-alta possa ser combinada para produzir uma sensação geral seca na presença da doçura do malte. Algum suave aquecimento alcoólico pode e deve ser sentido em versões mais fortes (mas não em todas).
Impressão geral: uma Pale Ale lupulada e moderadamente forte que apresenta características consistentes com o uso de malte, lúpulos e levedo inglês. Tem menos caráter de lúpulo e sabor de malte mais pronunciado que as versões americanas.
História: produzida para sobreviver às viagens da Inglaterra até a Índia. As temperaturas extremas e o balanço do mar resultava em uma cerveja altamente atenuada após a chegada. As English Pale Ale era derivadas das Índia Pale Ale.
Comentários: uma Pale Ale produzida com gravidade e taxas de lúpulo aumentadas. Versões moderadas de IPAs inglesas são geralmente pálidas em comparação a suas ancestrais. O termo ‘IPA’ é largamente aplicado em cervejas inglesas comerciais nos dias de hoje e tem sido usado, incorretamente, em cervejas com teor alcoólico abaixo de 4%. Geralmente terá mais lúpulos finais e menor frutagem e caramelo que as English Pale Ale e Bitters. Versões mais frescas terão obviamente um caráter mais significativo de lúpulos finais.
Ingredientes: malte Pale Ale (bem modificado e adequado para infusões de temperatura única); lúpulos ingleses, levedo inglês que pode dar um perfil frutado ou enxofrado/mineralizado. Açúcar refinado pode ser usado em algumas versões. Água com alto teor de sulfato e baixo de carbonato é essencial para atingir um agradável amargor de lúpulo em autênticas versões Burton, embora nem todos os exemplos exibam esse forte caráter de sulfato.
Estatísticas vitais:
IBUs: 40-60 SRM: 8-14 OG: 1.050-1.075 FG: 1.010-1.018 ABV: 5-7.5%
Exemplos comerciais: Meantime India Pale Ale, Freeminer Trafalgar IPA, Fuller's IPA, Ridgeway Bad Elf, Summit India Pale Ale, Samuel Smith's India Ale, Hampshire Pride of Romsey IPA, Burton Bridge Empire IPA,Middle Ages ImPailed Ale, Goose Island IPA, Brooklyn East India Pale Ale

Ocupa o espaço de hoje a Meantime India Pale Ale, exemplar também encontrado em
http://www.ratebeer.com/beer/meantime-india-pale-ale/48498/

Tem sequência amanhã a família India Pale Ale (IPA), com o subestilos American IPA. Até lá!

Cheers!