quarta-feira, 13 de junho de 2012

CERVEJAS E MASSAS - pt 2

Na Itália, tradicional terra do vinho, o empresário Teo Musso deu início ao movimento de surgimento das microcervejarias com a criação de sua Birra Baladin. Para conquistar o consumidor italiano, a estratégia foi divulgar o produto em 500 restaurantes, pedindo a seus proprietários que oferecessem cerveja aos clientes que não quisessem vinho. “Queria associar a imagem da minha cerveja ao mundo gourmet”, diz. O processo, porém, não foi fácil. Muitos donos de restaurante compravam a bebida só para consumo pessoal, optando por não oferecê-la aos clientes. 

Sucesso 

Aos poucos os italianos foram despertando o interesse para os sabores e as cores singolari das cervejas artesanais. “O vinho sempre foi a estrela do show, mas a Itália viu que também pode produzir cervejas ótimas e food friendly como os vinhos”, diz Lauren Buzzeo, crítica da revista americana Wine Enthusiast. Nos últimos anos, as microcervejarias se multiplicaram à medida que a demanda aumentou. Uma pesquisa da AssoBirra, associação da indústria da cerveja italiana, revelou que, em 2010, 36 milhões de italianos consumiram cerveja, 7 milhões a mais que em 2009. “Com produtos novos e técnicas diferenciadas, a Itália está surpreendendo na produção de cervejas”, afirma o sommelier de cervejas Eduardo Passarelli, dono do bar Melograno, em São Paulo. Atualmente, a Baladin tem 8 000 pontos de venda na Itália e é exportada para 15 países, incluindo o Brasil. Dado o sucesso dos últimos anos, hoje o trabalho de Musso não se restringe à produção da cerveja. Seus negócios na Itália incluem um restaurante, um hotel e dois bares de cervejas artesanais. No exterior, tem um restaurante no Marrocos e um bar na Quinta Avenida, em Nova York, em parceria com o chef americano Mario Batali. Em novembro, Musso vai lançar duas cervejas produzidas em barris de vinho, obtidos de algumas das principais vinícolas italianas. “É uma homenagem ao mundo do vinho e também a meu pai, que nunca entendeu minha opção pela cerveja”, diz Musso, o filho rebelde que, ao se rebelar contra a figura paterna, transformou a imagem da birra na Itália.

Um comentário:

Cristian disse...

O tradicional é a cerveja mais deliciosa lá. É sempre preferível tentar minhas cervejas artesanais muito antigos, tentar novas cervejas que marcas fortes, felizmente em muitos restaurantes em sp boa cervejas .