Não há uma data ou um povo específico que possa ser identificado como “marco” da invenção da cerveja. Os primeiros resquícios de cevada foram encontrados em escavações de tumbas de faraós egípcios e de civilizações do Oriente Médio, portanto há uma corrente histórica que identifica o surgimento da cerveja paralelo ao do pão. Foram encontrados desenhos rupestres que sugerem a fabricação de cerveja muito antes da invenção da escrita (4 mil a.C.).
Os sumérios, povo que habitava o atual Iraque, consumiam o sikaru, variação da bebida originalmente usada como remédio, mas que foi usada até como moeda. Praticamente na mesma região, onde desenvolveu-se o Império Mesopotâmico, o Código de Hamurabi, escrito em aproximadamente 1730 a.C., ordenava num de seus artigos o afogamento do cervejeiro em sua própria bebida caso ela fosse intragável.
Na Babilônia, os bons cervejeiros eram dispensados do serviço militar, ao qual deviam prover seus bons produtos. Prostitutas faziam suas próprias cervejas, oferecendo-as como um “plus” dos serviços para seus clientes.
No Egito, as cervejas mais suaves eram destinadas aos mais pobres e as aromatizadas, aos nobres. A bebida foi levada à Grécia e à Roma, onde, por incrível que nos pareça hoje,fez sucesso e tornou-se bastante popular – o imperador Júlio César, em 49 a.C., chegou a brindar com cervejas as conquistas de sua tropa.
Há também teorias de que os antigos germanos foram os primeiros a fabricar cerveja; ou ainda os celtas – gauleses, belgas, bretões, batavos, etc, colonizadores que deram origem a França, Portugal, Bélgica, Espanha, Inglaterra, Irlanda, Escócia.
De qualquer forma, as cervejas antigas têm pouco a ver com as que estamos acostumados a beber; elas eram desenvolvidas e utilizadas como “pão líquido”, por manterem os nutrientes dos cereais.
Já a primeira Pilsener tem data e inventor historicamente registrados: em 5 de outubro de 1842, o mestre-cervejeiro Josef Groll fabricou, na cidade de Pilsen, na Alemanha, os primeiros 37 hectolitros de cerveja de “cor ouro-claro, com borbulhas acentuadas e espuma branca e abundante”, conforme registrou a imprensa local.
Seja qual for a origem, uma coisa é certa: a cerveja sempre foi acompanhada do brinde.
Fonte: Larousse da Cerveja (Ronaldo Morato), O catecismo da cerveja (Conrad Seidl)
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