RESGATE CULTURAL
"Cerveja é uma das bebidas mais apreciadas no mundo, presente em quase todas as civilizações, que reúne arte e ciência no seu preparo, mas que nos últimos 200 anos foi perdendo pessoalidade e ganhando ar de uma bebida industrial", discorre Botto. Para ele, fazer cerveja em casa possibilita descobrir o que é cerveja, seus ingredientes e métodos de preparo, "permitindo o resgate de tradições, história e que façamos a nossa cerveja, com a nossa cara."
Esse movimento começou nos Estados Unidos, no começo dos anos 70. A fabricação caseira de bebida, uma característica sufocada pela Lei Seca dos anos 20, estava adormecida mas em pouco tempo se tornou uma gigantesca indústria, formada por microcervejarias que não sucumbiram aos grandes do setor. Já no Brasil, cervejarias de porte pequeno e médio foram compradas pelas multinacionais.
A vida de colos alemães para o trabalho das lavouras, no século XIX, trouxe a tradição da cerveja caseira. Logo surgiram pequenas fábricas, mas a maioria sumiu, adquiridas por grandes companhias - o "mainstream", conforme classifica Cavalcanti.
"É um resgate sociocultural imenso", acredita o mestre-cervejeiro da Bodebrown. Ele abriu a primeira turma de cervejeiros estimando conseguir 20 alunos - e foram 45. "A cerveja mainstream leva pro bar, afasta. A cerveja caseira aproxima."
Os obstáculos da arte de homebrewing são a burocracia brasileira e a falta de insumos. "Os estados da região sul e sudeste são os mais avançados. Aqui no Rio Grande do Sul temos a enorme vantagem de contar com o maior fornecedor de matérias-primas para homebrewers do Brasil", conta Alenda.
Termina amanhã a série sobre Hobby, arte, paixão e cerveja. Confira!
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