domingo, 11 de maio de 2008

5c) DOPPELBOCK


Aroma: maltagem bem forte. Versões mais escuras terão quantidade significativa de melanoidinas e geralmente alguns aromas tostados. Um leve sabor de caramelo proveniente de uma longa fervura é aceitável. Versões mais leves terão uma forte presença de malte com algo de melanoidina e notas tostadas. Virtualmente sem aroma de lúpulo, embora um leve aroma de lúpulo nobre seja aceitável em versões claras. Sem diacetil. Aspecto frutado moderadamente baixo para um aroma freqüentemente descrito como de ameixa seca, ameixa ou uva que pode estar presente (mas é opcional) em versões mais escuras devido às reações entre malte, fervura e envelhecimento. Um aroma bem leve lembrando chocolate pode estar presentes também nas versões mais escuras, contudo aromas tostados e queimados não deverão nunca estar presentes. Aroma moderado de álcool pode estar presente.

Aparência: coloração dourado-escuro a marrom-escuro. Versões mais escuras geralmente apresentam luzes rubis. A lagerização deve prover boa claridade. Espuma grande, cremosa e persistente (a coloração varia com o estilo base: branca para versões claras e esbranquiçada para variedades escuras). Versões mais fortes podem ter retenção de espuma enfraquecida e podem apresentar lágrimas (como as que aparecem ao efetuar os movimentos circulares com taças de vinho para desprender aromas).

Sabor: muito rica e maltada. Versões mais escuras podem ter teor significativo de melanoidina e freqüentemente alguns sabores tostados. Versões mais leves terão forte sabor de malte com melanoidina e notas tostadas. Um sabor bem leve de chocolate é opcional nas versões mais escuras, mas não deve nunca ser percebido como tostado ou queimado. Sabor limpo de Lager sem diacetil. As versões escuras também tem a opção de serem frutadas (ameixa seca, ameixa ou uva). Invariavelmente haverá uma impressão de força alcoólica, mas esta deve ser suave e aquecida em vez de amarga ou produzindo queimação. Presença de álcools mais altos (fusels) deve ser muito baixa ou nenhuma. Sabor de lúpulo baixo ou nenhum (um pouco mais é aceitável nas versões claras). O amargor do lúpulo varia de moderado a moderadamente baixo mas sempre permite o malte dominar o sabor. A maioria das versões é doce, mas deve ter uma impressão de atenuação. A doçura vem de baixa lupulagem e não de fermentação incompleta. Versões mais pálidas geralmente tem um final mais seco.

Paladar: corpo médio-cheio a cheio. Carbonatação moderada a moderadamente-baixa. Bem suave sem amargor ou adstringência.

Impressão geral: uma Lager bem forte e rica. Uma versão maior que uma Bock Tradicional e uma Helles Bock.

História: especialidade da Bavária envasada pela primeira vez em Munique, na Alemanha, pelos monges de São Francis de Paula. Versões históricas eram menos atenuadas que as interpretações modernas, conseqüentemente com maior doçura e menores níveis alcoólicos (o que a faz ser chamada de 'pão líquido' pelos monges). O termo 'doppel (dupla) bock' foi cunhado pelos consumidores de Munique. Muitas DoppelBock são batizadas com nomes que terminam em '-ator', ou um tributo para o protótipo Salvator ou para tirar vantagem da popularidade dessa cerveja.

Comentários: a maioria das versões tem coloração escura e podem apresentar o efeito caramelizante da malha de decocção, mas versões claras excelentes também existem. As variedades pálidas não terão a mesma riqueza e os sabores de maltes escuros das versões escuras, e pode ser um pouco mais secas, lupuladas e amargas. Enquanto os exemplos mais tradicionais se enquadram nos escopos citados, o estilo pode ser considerado como não tendo limite máximo de gravidade, álcool e amargor (fornecendo então um norte para Lagers muito fortes). Qualquer frutagem se deve ao malte Munich e outras variedades especiais de malte, além de ésteres não derivados de levedo desenvolvidos durante a fermentação.

Ingredientes: malte Pils e/ou Vienna para versões pálidas (com um pouco de Munich), maltes Munich e Vienna para as mais escuras e ocasionalmente uma pitadas de maltes de cor mais escura (como o Carafa). Lúpulos nobres. A mineralização da água varia de suave a moderadamente carbonatada. Levedo limpo de lager. A malha de decocção é tradicional.

Estatísticas vitais:

IBUs: 16-26 SRM: 6-25 OG: 1.072-1.111 FG: 1.016-1.024 ABV: 7-10%

Exemplos comerciais: Paulaner Salvator, Ayinger Celebrator, Weihenstephaner Korbinian, Andechser Doppelbock Dunkel, Spaten Optimator, Tucher Bajuvator, Weltenburger Kloster Asam-Bock, Capital Autumnal Fire, EKU 28, Eggenberg Urbock 23º, Bell's Consecrator, Moretti La Rossa, Samuel Adams Double Bock


Ilustra a foto de hoje a Paulaner Salvator, encontrada em muitos supermercados brasileiros e também em http://www.ratebeer.com/beer/paulaner-salvator/649/


Termina amanhã a família Bock com o subestilo Eisbock. Até lá!


Cheers!

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