Anônimo disse...
Cara, parabéns aí pelo seu esforço e por se manter por tanto tempo fazendo esse trampo.
Mas bicho, dá uma lida, uma procurada. Vc precisa aprender os termos corretos para se descrever uma cerveja, assista vídeos no youtube, sei lá.
Para pra ver, TODAS as cervejas vc fala que têm espuma "aerada" e "sabor metálico"
Vc precisa de uma companhia, pegue alguém que realmente manje de cerveja, sabores, etc. Com tantos rótulos provados, se vc tivesse se dedicado a aprender, vc estaria manjando muito já.
Boa sorte
Sempre que recebo um e-mail construtivo, como o escrito acima pelo leitor anônimo, gosto de responder e esclarecer aos poucos assinantes deste humilde blog (atualmente são pouco mais de 70).
Como afirmei na primeira ao leitor que escrevi, em 6 de fevereiro de 2011, o propósito principal deste beerlog (apesar do nome pretensioso), é de me servir como um diário das cervejas que já provei, a fim de que eu não repita rótulos, principalmente aqueles que não considerei grande coisa. Com o tempo, resolvi ampliar um pouco o escopo dos posts, para estilos e copos de cerveja, já que meu bolso nunca foi tão grande para comprar cerveja 365 dias por ano.
Enfim, para “dar a cara a tapa” em uma área que cresce tão exponencialmente como a da cerveja artesanal, fui fazendo algumas leituras nestes quase nove anos em que o blog já está no ar. Nunca nada muito específico, no entanto: li sobre os estilos de cerveja em sites como Ratebeer e Beer Advocate, além das tradicionais BJCP (as diretrizes oficiais para quem produz cerveja), li o excelente livro Cervejas, Brejas e Birras, do Maurício Beltramelli (autor do site Brejas), que trata sobre diversos assuntos do mundo cervejeiro, e assisti a uns poucos workshops ao vivo, muitos anos atrás, em alguns eventos sobre cerveja. Fora isso, conversei com alguns alunos meus que produzem cerveja, e fiz algumas perguntas superficiais a eles. Nunca me interessei em produzir cerveja. Sempre me interessei em degustá-la.
Minhas análises, desde o começo do blog, baseiam-se em um formulário oferecido pelo site ratebeer.com (parte dele é mostrada na foto que ilustra esta postagem), que, como já explicado anteriormente aqui neste beerlog, analisa quatro categorias: aparência, aroma, sabor e paladar. Tenho recebido muitas críticas, principalmente depois que tive a “brilhante” ideia de começar a colocar vídeos de análises no YouTube, sobre o quesito “aparência” de minhas análises, justamente o que aparentemente seria mais fácil. O formulário a que me referi acima é em inglês, já que o site ratebeer é americano. Nunca encontrei o mesmo formulário em português (é claro que eu poderia ter procurado outros formulários, o que farei de agora em diante) e portanto sempre traduzi por conta própria alguns conceitos. Um dos exemplos mais criticados é o tipo de espuma (em inglês head), que pode ser frothy, fizzy, creamy ou rocky. Dou aula de inglês a sete anos (o que não me torna melhor do que ninguém) o que acredito que me credencia a traduzir alguns termos melhor do que muitos que criticam os termos que uso. Minhas traduções, respectivamente, são: aerada, borbulhante, cremosa e irregular (ou rochosa, que soa meio estranho). O colega, em sua crítica construtiva, disse que eu costumo repetir muito o adjetivo aerada na análise das espumas. Mas o que posso fazer se, em minha opinião, a maioria das cervejas que degusto tem esta aparência? Eu me baseio em uma escala que tem quatro possibilidades, então descreverei sempre algo que se encaixe em uma ou mais delas.
Um outro exemplo de crítica semelhante que recebo é em relação ao final (retrogosto) das cervejas. De acordo com o mesmo formulário mencionado anteriormente, uma cerveja pode ter quatro tipos diferentes de finais pré-definidos: metallic, chalky, astringent e alcoholic. O único que pode causar algum tipo de dificuldade na tradução é o chalky. Chalk significa giz em português, então tomei a liberdade de adaptar como final gredoso, para não ter que inventar palavras ou então ter que dizer final com gosto de giz. É importante lembrar que esta área do formulário abre espaço para outras interpretações de final, já encontradas por mim, como salgado, ou defumado. Enfim, respondendo também a crítica construtiva do leitor anônimo, que disse que a maioria de minhas análises são de cervejas com final metálico, novamente me “defendo” dizendo que a maioria dos estilos que degusto (geralmente as de menor custo aquisitivo) costumam ter este tipo de final. Quando degusto uma cerveja mais cara, elaborada, costumam aparecer outros finais, mais alcoólicos, as vezes adstringentes, e em mais raras ocasiões, combinações de duas características em um mesmo final.
Uma outra crítica recorrente que recebo, esta principalmente em um vídeo que postei sobre a icônica Trappistes Rochefort 8, é sobre o corpo de uma cerveja. O formulário do ratebeer apresenta uma área chamada Body – Clarity que analisa a clareza, ou grau de transparência da cerveja. De acordo com o instrumento de análise, há oito diferentes graus: clear, sparkling, normal, flat, cloudy, hazy, murky e muddy. Na análise em questão, assinalei o quesito muddy. Em meu vídeo no YouTube, disse que a cerveja era lodosa, e fui achincalhado. Mud significa lama em português, então um corpo escuro que lembre aquela substância seria assim caracterizado (lodoso), também de acordo com o formulário.
Em outra análise, esta sobre a Heineken, disse que o corpo era sparkling (borbulhante). Muitos haters começaram a dizer que o copo estava sujo e etc. mas novamente digo que eu tão somente estava utilizando mais um dos conceitos oferecidos pelo formulário, uma vez que cervejas do estilo Lager são bem carbonatadas e muitas bolhas podem ser observadas subindo a todo momento. Uma crítica que achei bem estúpida, mas achei melhor não responder no momento para não gerar mais polêmica, foi em relação à densidade da cerveja. O formulário oferece três opções: thin (rala), average(média) e thick (densa). Um dos comentários dizia assim: “como você pode dizer que a cerveja é densa ao olhar para ela, isso é feito ao prová-la”, ou algo assim. A meu ver, isso é algo que pode ser visto ao despejar-se a cerveja no copo, quando observa-se se o líquido é ralo ou não. Além disso, ao inclinar um pouco o copo contra a claridade, podemos também ver se o líquido é denso ou ralo. Posso estar errado, pois como disse anteriormente não sou especialista, longe disso, mas acredito que tal quesito está no formulário por uma razão.
Em outra análise, esta sobre a Heineken, disse que o corpo era sparkling (borbulhante). Muitos haters começaram a dizer que o copo estava sujo e etc. mas novamente digo que eu tão somente estava utilizando mais um dos conceitos oferecidos pelo formulário, uma vez que cervejas do estilo Lager são bem carbonatadas e muitas bolhas podem ser observadas subindo a todo momento. Uma crítica que achei bem estúpida, mas achei melhor não responder no momento para não gerar mais polêmica, foi em relação à densidade da cerveja. O formulário oferece três opções: thin (rala), average(média) e thick (densa). Um dos comentários dizia assim: “como você pode dizer que a cerveja é densa ao olhar para ela, isso é feito ao prová-la”, ou algo assim. A meu ver, isso é algo que pode ser visto ao despejar-se a cerveja no copo, quando observa-se se o líquido é ralo ou não. Além disso, ao inclinar um pouco o copo contra a claridade, podemos também ver se o líquido é denso ou ralo. Posso estar errado, pois como disse anteriormente não sou especialista, longe disso, mas acredito que tal quesito está no formulário por uma razão.
Uma outra crítica que recebo bastante é em relação à minhas percepções sensoriais (sabor da cerveja). Em algumas IPA que analiso, costumo dizer que sinto um sabor que me lembra quik de morango – realmente soa muito estranho e amador, mas é uma substância que me vem à mente ao provar certas representantes do estilo, as que geralmente acho que estão um pouco off. No entanto, ao ir atrás de outros comentário sobre algumas cervejas antes de comprar, geralmente no site do ratebeer.com, procuro sempre ver o que os degustadores mais experientes (com mais rótulos) falam sobre as mesmas. Muitas vezes já vi descrições estarrecedoras (estranhas) nas análises, sobre substâncias que nem ao menos constam no formulário. E isto de pessoas com mais de 5 mil rótulos provados. Acho apenas que é uma questão de respeito. Se eu senti um sabor que me remeteu a tal coisa, é minha percepção. É claro que ao ler e estudar mais, posso aprender eventualmente o que aquele quik de morango realmente seria, mas o boom da cerveja artesanal tem criado muitos "experts" da noite pro dia, algo que nunca clamei ser, mais uma vez reitero, apesar do nome pretensioso do blog, que estarei mudando a partir de hoje.
Partindo do raciocínio iniciado neste ultimo parágrafo, reflito que a humildade é um dos passos mais importantes rumo à sabedoria (ou seja, concordo com o que o leitor anônimo disse ao escrever que com o numero de rótulos que eu já provei eu deveria saber bem mais sobre o assunto), e se estou dando minha cara à tapa ao postar análises sobre cerveja, também é importante que eu me recicle sobre meus conhecimentos. Assim sendo, na medida do possível (já que este é somente um hobby), estarei fazendo novas leituras sobre análises de cerveja, a fim de incrementar um pouco os conceitos utilizados e “modernizar” as análises publicadas aqui. Aos que perceberem mudanças positivas nas próximas postagens e/ou tiverem comentários pertinentes e construtivos sobre o que escrevi nesta postagem, a área de comentários está sempre aberta.
Long live the beer!
PS - gostaria que os leitores com mais conhecimento me recomendassem sites interessantes sobre o assunto. Pode ser nos comentários mesmo.
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