sexta-feira, 18 de abril de 2014

CANTILLON GUEUZE (CLASSIC/ORGANIC/BIO)



Descrição comercial

A Gueuze mais clássica do mundo. Uma mistura de Lambics de um, dois e três anos de idade cria uma segunda fermentação na garrafa. O champagne da Bélgica. Em contraste, a Lou Pepe Gueuze é uma mistura de três Lambics de dois anos de idade. Safras mais recentes são chamadas de "Organic Gueuze", "100% Lambic Bio" ou "Classic Gueuze".

Diagnóstico
 
Essa Gueuze belga, grande ícone do estilo, tem espuma média, borbulhante e branca, de longevidade bem reduzida. Boa formação de colarinho. Corpo borbulhante, de média densidade e corpo amarelo. Aroma: vinagre, vinho branco e limão. Sabor inicial: moderada acidez, leve amargor e toque acético de vinagre. Sabor final: levíssimo dulçor, moderada acidez e amargor, presença acética de vinagre e toques salgados; longa duração. Paladar: corpo médio-leve, textura seca, forte carbonatação e final moderadamente adstringente. Devo confessar que após ler o livro Cervejas, Brejas & Birras, de Maurício Beltramelli, do ótimo site Brejas, fiquei meio receoso em relação à degustação de uma Cantillon. Já havia tomado outras três Gueuze, mas sabia que esta seria diferente de todas, até porque o amigo Luiz Fernando Cavalheiro, quem me trouxe a garrafa de 750ml de São Paulo por cerca de R$ 75, já me havia dado um spoiler alert. Enfim, como eu e ele dizemos, há certas cervejas que o degustador necessita de uma certa "milhagem" para poder interpretá-la, compreendê-la como ela merece. A Cantillon faz parte destas cervejas. Mais complexa que todas as Gueuze que já tomei, acabou se provando menos azeda que eu esperava. Trouxe amargor de casca de limão, bem como crescente amargor remetendo também a algo defumado, trazendo a mente a presença de cinzas, ou definitivamente algo queimado, talvez madeira. Bem peculiar. Toques salgados de azeitona. Ao degustá-la em um Flute, liberou menos aromas azedos - Tulip e Tumbler não apresentaram diferenças passíveis de comentário. Bem pro final, no ultimo terço da cerveja e com ela já mais aquecida, sente-se leve dulçor, lembrando, de longe, mel. Segundo Sibila Yabu, a qual degustou alguns goles, "lembra amargor de lima e de água tônica." Eu nomearia este ícone mundial do mundo das cervejas como um "teste de fogo" na passagem do degustador comum ao mais refinado. Observação: totalmente NÃO RECOMENDADA a quem está iniciando no mundo das cervejas especiais/artesanais. Recomendável ter degustado, como fiz, ao menos três outras Gueuze antes. Copos recomendados: Flute, Stem Glass, Tulip e Tumbler.
 
Nota: 200 skol ou 3.7/5.0

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