domingo, 15 de junho de 2008

15c) WEIZENBOCK


Aroma: rico, com melanoidinas encontradas nas Bock e malte lembrando pão combinado com um poderoso aroma de frutas escuras (ameixa, ameixa-seca, uva-passa ou uva). Presença moderada a forte de fenóis (mais comumente baunilha e/ou cravo) adiciona complexidade e alguns ésteres de banana também podem estar presentes. Um aroma moderado de álcool é comum, embora nunca deva lembrar solvente. Sem aroma de lúpulo, diacetil ou DMS.
Aparência: coloração âmbar escuro a marrom-rubi escuro. Uma espuma bem grossa, lembrando mousse, de longa duração e coloração bronze-claro é característica. O alto conteúdo de proteína de trigo fornece claridade a esse estilo tradicionalmente não-filtrado, embora o nível de turbidez seja um tanto variável. O sedimento de levedo suspenso (que deve ser agitado antes de beber) também contribui para a turbidez.
Sabor: um complexo casamento de melanoidinas ricas presentes em Bocks, fenóis condimentados lembrando cravo, banana (levemente) e/ou baunilha e um moderado sabor de trigo. Este último sabor, lembrando malte e pão, é mais tarde incrementado pelo uso copioso de maltes Munich e/ou Vienna. Pode ter um paladar ligeiramente doce e um leve caráter de chocolate é por vezes encontrado (embora um caráter tostado seja inapropriado). Um caráter ácido pouco perceptível pode estar presente opcionalmente. Não há sabor de lúpulo e o amargor do mesmo é baixo. Os caráteres de trigo, malte e levedo dominam o paladar e o álcool ajuda a balancear o final. Exemplos bem envelhecidos podem mostrar alguma oxidação à la sherry como um ponto de complexidade. Sem diacetil ou DMS.
Paladar: corpo médio-cheio a cheio. Uma sensação cremosa é típica, bem como a sensação aquecida conferida pelo substancial teor alcoólico. A presença de maltes Munich e/ou Vienna também confere uma sensação adicional de riqueza e totalidade. Carbonatação moderada a alta. Nunca quente ou lembrando solvente.
Impressão geral: uma Ale forte, maltada, frutada e baseada em trigo, que combina os melhores sabores de uma Dunkelweizen ao rico sabor e corpo de uma Bock.
História: a Aventinus, mais velha Doppelbock de alta-fermentação no mundo, foi criada em 1907 no Weisse Brauhaus em Munique usando o ‘método Champenoise’ com sedimentos de levedo fresco no fundo. Foi a resposta criativa da Schneider às Doppelbock de baixa-fermentação que desenvolviam um forte seguimento naqueles tempos.
Comentários: uma cerveja Dunkel-weizen envasada com o teor alcoólico de Bocks ou Doppelbocks. Atualmente também é produzida no estilo Eisbock como uma Specialty Beer (cerveja de especialidade). A garrafa deve ser gentilmente rolada ou agitada antes de servir para remexer o levedo.
Ingredientes: uma alta porcentagem de trigo maltado é usada (pela lei alemã deve ser de pelo menos 50%, embora tal índice possa chegar a até 70%), com o restante sendo de maltes de cevada do tipo Munich e/ou Vienna. Uma malha de decocção tradicional dá o corpo apropriado sem uma doçura pegajosa. Levedos de Weizen Ale produzem o típico caráter condimentado/apimentado e frutado. Fermentações demasiado quentes ou frias irão tirar fenóis e ésteres de balanço e podem criar sabores secundários. Um pequeno volume de lúpulos nobres é usado apenas para dar amargor.
Estatísticas vitais:
IBUs: 15-30 SRM: 12-25 OG: 1.064-1.090 FG: 1.015-1.022 ABV: 6.5-8.0%
Exemplos comerciais: Schneider Aventinus, Schneider
Aventinus Eisbock, Plank Bavarian Dunkler Weizenbock, Plank Bavarian Heller Weizenbock, AleSmith Weizenbock, Erdinger Pikantus, Mahr’s Der Weisse Bock, Victory Moonglow Weizenbock, High Point Ramstein Winter Wheat, Capital Weizen Doppelbock, Eisenbahn Vigorosa

Os exemplares acima de itálico encontram-se facilmente em supermercados e lojas especializadas brasileiras. Na foto está um dos mais renomados, a Schneider Aventinus, também localizada em http://www.ratebeer.com/beer/schneider-aventinus/2224/

Termina amanhã a família German Wheat and Rye Beer com o subestilo Roggenbier (German Rye Beer). Até lá!

Cheers!

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